19 de abril de 2024
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Sem Guarda Municipal, Ceinfs dos bairros Oiti e Vida Nova se tornam alvo de vandalismo

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A falta de vagas e o grande número de mães e pais que necessitam deixar seus filhos em creches para poder trabalhar foi um dos fatores que fez com que novos Ceinfs (Centro de Educação Infantil) fossem construídos em Campo Grande. Após o término das obras dos dois novos Ceinfs, nos bairros Oiti e Vida Nova, os prédios encontram-se até o momento abandonados. Não há guardas, as paredes já estão pichadas e invasões acontecem diariamente.

No bairro Oiti o prédio possuía até alguns meses atrás um guarda para fazer a vigia do local. De acordo com a dentista Larissa Machado Matos, 27, que mora em frente ao local, o guarda não vai mais até o imóvel fazer a ronda. Larissa possui uma filha de dois anos e em algum tempo irá precisar de uma vaga.

Conforme explica o presidente do bairro, Jerson Ferraz, o Ceinf era para ser inaugurado em junho passado, porém, não saiu a licitação para a compra dos móveis. Devido a isso, as aulas não se iniciaram. A SAS (Secretaria de Assistência Social) esteve no mesmo mês abrindo o prédio e fazendo inscrições, porém, Jerson acredita que hoje que essas inscrições não tenham mais validade. Ele teria entrado em contato com a secretaria e não obteve resposta sobre a situação. O levantamento feito pelo presidente (em maio passado) era da necessidade de 46 mães deixarem seus filhos na creche, hoje ele acredita que o número seja ainda maior.

Já no bairro Vida Nova a reclamação dos moradores é a invasão e a deterioração do novo prédio. A população afirma que crianças e jovens entram no prédio e fazem pista de skate, forçam as portas para abrir e picham o local. De acordo com moradores, fica uma cadeira em frente ao prédio para que as pessoas pensem que há guardas.

A moradora do bairro Lindaura Gonçalves,32, auxiliar de produção, já viu diversas pessoas entrando no local. De acordo com ela, mães de jovens sabem que seus filhos deterioram e não fazem nada. “Tem mães que reclamam que não inaugura aqui, vai pra televisão, da entrevista, mas não falam que seus filhos invadem e destroem o prédio”. A auxiliar se revolta com essas atitudes, pois é dinheiro público que está ali.

Os filhos de Lindaura estudavam no Ceinf do bairro Girassol, ela levava cerca de 1h30 no deslocamento, por meio de transporte público, para levar seus filhos à creche.

A antiga reclamação da vigilante Joselina Chimendes,32, moradora do bairro Parque do Sol, era pela falta de alimentos e higiene no Ceinf do bairro. O Ceinf não possuía frutas, comida e faltava higiene. A vigilante possui suas três filhas de um ano e meio e dois anos e estudando no local. Os moradores fizeram uma reivindicação, a imprensa se fez presente e no outro dia a situação já estava resolvida. “Isso aconteceu no final do ano passado, vou esperar o início das aulas, se acontecer algo, vamos reivindicar novamente”, afirma.

Os moradores de ambos os bairros, Oiti e Vida Nova, estão confiantes que os prédios serão inaugurados em pouco tempo. Todos os entrevistados soram questionados sobre a importância de ter um Ceinf próximo as residências. A facilidade de acesso sem que seja preciso se deslocar grandes distâncias e a tranquilidade em deixar os filhos estudando próximas as casas foram as principais respostas dos moradores.

A reportagem entrou em contato com a SAS para questionar sobre a atual situação dos prédios, o motivo de estarem sem guardas e quando será inaugurado, porém, não recebeu resposta até o fechamento desta matéria.

Tayná Biazus