20 de abril de 2024
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População está dividida quanto à cassação de Bernal

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Diana Christie

A reportagem do MS Notícias foi até a praça Ari Coelho pra saber a opinião da população sobre uma possível cassação do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP). A opinião das pessoas está bem dividida, mas a maioria acredita que ainda é cedo pra se falar em destituir o poder do chefe do executivo. Das 21 pessoas entrevistadas, sete consideraram que o prefeito deve deixar o cargo e 14 acreditam que é preciso esperar um pouco mais.

Por exemplo, o aposentado Carmélio Monteiro, 55, afirma que é preciso deixar o prefeito completar pelo menos um ano de administração antes de qualquer medida. “Acho que não deve cassá-lo. Ele está começando agora”, diz. O também aposentado, Armando França, 74, concorda, mas com ressalvas. “Não dá pra fazer tudo, mas tá devagar. Tem que dar uma chance pra ver se ele melhora. Mais uns seis meses”.

Já a diarista Sandra Marilda Melo está revoltada com a administração de Bernal. “Ele tem que sair fora. [Vereador Elizeu] Dionísio que está certo”, esbraveja. Andrea Cristina, 22, é atendente e conta que estava grávida durante a campanha do atual prefeito. “Pelo que vejo ficou muita coisa pendente. Ele está deixando a desejar e deve ser cassado”. Érica Chaves também faz coro à cassação. “Não tem feito nada. Nem aparece. A situação está ficando pior”, afirma.

Culpa dos Vereadores

Para um aposentado que quis se identificar apenas como Antônio, 79, o problema está no legislativo ao invés do executivo. “Esses vereadores não estão com nada. Ganhavam R$ 6 mil, agora recebem R$ 15 mil”, reclama.

Sirley Santos, 48, e sua tia, Cristina Cândido de Souza, 77, ambas vendedoras ambulantes acreditam que Bernal devem continuar no cargo. “Os vereadores não querem ajuda-lo. Uma andorinha só não faz verão. Ninguém vai tirá-lo porque Deus colocou-o lá. Peço a Deus pra ele ficar”, comenta Sirley.

Para o motorista Nelson Marcelino de Laura, 50, as denúncias feitas pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Calote não existem. “Meu filho estuda no Ceinf (Centro de Educação Infantil) do Paulo Coelho. Eu o levo todo dia e não vejo esses problemas. A alimentação é boa”, finaliza.

Problema Cultural

O frentista Henrique Rodrigues de Oliveira, 21, acredita que há uma “cultura do roubo” dentro da política brasileira. “O Bernal é um coitado. Ele vai sair e vai entrar outro pior. O Bernal pode fazer dez mil coisas certas. Pintar Campo Grande de ouro. Se ele esquecer de um pedaço de madeira, vão puxar o tapete dele”, afirma.

 A vendedora ambulante, Neuza Maria dos Santos, 54, também vê um padrão em todos os parlamentares e defende que Bernal continue na prefeitura. “Tanto ladrão que já passou por lá. Estão exagerando. Tem que dar tempo para o homem”, afirma.

O ajudante de construção civil, Albino Borges Barbosa, 45, acredita que há julgamento demais. “Só querem ver a sujeira do outro. Indo atrás do outro, vendo os defeitos do outro. Mas quando estiverem no mesmo lugar, também serão julgados”.

Promessas não cumpridas

Adriane Lima, 30, que trabalha como autônoma conta que passou no concurso para auxiliar bucal em 2012, mas ainda não foi chamada. Ela afirma que está arrependida de ter votado em Bernal para prefeito. “Ele tem que sair. É um vendedor de sonhos. Prometeu mundos e fundos e não cumpriu”.

Para a dona de casa Paula Verônica, 36, o prefeito está perpetuando os erros do ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB). “Não sei porque eu votei nele. O posto de saúde está do mesmo jeito. Ele tem que sair. Esta tudo igual”, reclama. A jovem vendedora, Letícia Mayara Mareco, 18, acredita que Bernal não deveria nem ter assumido a prefeitura. “Ele prometeu coisas que não podia fazer e só iludiu a população”.