25 de abril de 2024
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Terrenos baldios têm se tornado depósitos de lixo na Capital

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Os terrenos baldios têm trazido preocupações aos moradores de diversos bairros de Campo Grande. Um dos principais fatores, além de animais que podem entrar nas casas, como cobras, escorpiões, aranhas e mosquitos, o acúmulo de lixo também incomoda a população que vive nos arredores desses terrenos.

Ao chegar ao local, pode-se ver algo parecido com um pequeno loteamento que possui diversos terrenos com a vegetação alta e aparelhos eletrônicos como televisores, computadores e ventiladores que foram depositados, além de sofás, escadas, vidros e pedaços de galhos de árvores provenientes de podas.

A dona de casa Jacilena dos Santos Josia,43, tem sua casa ao lado de um terreno vazio. Neste terreno, conforme afirma a dona de casa, além dos aparelhos eletrônicos já foram jogados animais mortos. “Meu marido é quem limpa aqui. Ele pega a inchada e capina tudo, porque o dono no terreno quase não manda limpar”.

Além de fazer a limpeza do terreno, Jacilena conta que sua casa é infestada de mosquitos, assim como a da maioria dos moradores do local. Ela tem encontrado ratos em seu quintal e quase todos os dias usa uma bomba costal para passar veneno na casa contra os insetos e animais.

Dona Jô, como é conhecida no bairro, explicou que vários lotes dos terrenos são de propriedade particular, mas estão abandonados. Um adolescente que empinava pipa em meio a sujeira contou à reportagem que antigamente o local era de propriedade das Águas Guariroba. Certo dia o adolescente entrou em contato com a empresa denunciando um caminhão que estava despejando sujeira, mas, a companhia disse não ser mais dela a propriedade do local.

Stéphani Gimenes Costa, 31, autônoma mora há quatro meses no bairro, a uma quadra dos terrenos baldios. Stéphanie já encontrou dentro de sua residência cobras e aranhas, mas não é somente com isso que ela tem se preocupado, por ter dois filhos pequenos, um de cinco meses e um de dois anos. Nesses quatro meses já entraram duas vezes em sua casa, que é alugada e roubaram pequenas coisas como shampoo, mangueira, frasco de perfume, ferro e chapinha de cabelo. “Dizem que levam esses produtos pra trocar por droga. Tem minha televisão, tem geladeira, tem tanta coisa, mas levam só essas coisas pequenas”.

Stéphanie considera o local como um verdadeiro depósito, e acredita que os verdadeiros culpados são aquelas pessoas que tem a capacidade de levar o lixo e atirá-lo. A reportagem do MS Notícias fez o flagrante de um carro jogando algumas sacolas e galhos  na área.

A maneira encontrada para evitar a entrada de animais na residência é jogar nos muros creolina, que ajudam a matar os bichos peçonhentos. Os moradores tem receio de pedir para as pessoas pararem de depositar lixo nos terrenos, pois algumas podem ficar agressivas.

A reportagem entrou em contato com a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), responsável por notificar proprietários para fazer a limpeza desses locais, e a secretaria irá entrar em contato com a Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), através de laudo, para que eles façam a limpeza possivelmente nesta semana.

Foi entrado em contato com as Águas Guariroba para saber se os imóveis são de sua responsabilidade e de acordo com a assessoria as áreas não pertencem a empresa.

Tayná Biazus