No próximo domingo, 6 de julho, o Partido dos Trabalhadores (PT) realiza o primeiro turno do Processo de Eleições Diretas (PED), que escolherá as novas direções partidárias em todo o país.
Em Campo Grande (MS), a mobilização da militância acompanha debates estratégicos sobre o futuro do partido e sua atuação em 2026. "Com certeza, não só em Mato Grosso do Sul, mas em 4.700 municípios do Brasil, vão ter as eleições internas bastante debatidas e acirradas no PT", afirmou Agamenon Rodrigues do Prado, presidente do Diretório Municipal do PT de Campo Grande, que não será candidato à reeleição.
O dirigente avaliou que o PED está ocorrendo de forma estável e propositiva. "O partido está tendo umas eleições tranquilas. Estamos fazendo um debate programático, discutindo a nossa tática, estratégia, nos preparando para o enfrentamento das eleições de 2026."
Para ele, a preparação do partido envolve duas prioridades claras. "A nossa prioridade nesse momento é preparar o partido para duas questões. Primeiro, sair em defesa da democracia, que para nós é importante para ter um país sob a égide da democracia. E segundo, é uma sustentação do governo do presidente Lula, preparar o partido para ajudar o presidente Lula na sua reeleição. Então, a missão do PEED é sair com o partido preparado para essas duas questões."
RELAÇÃO COM O GOVERNO EM MS

Agamenon questionou o posicionamento do governador sul-mato-grossense, Eduardo Riedel, em relação ao presidente. "Hoje, nós estamos dentro do governo do atual governador, mas primeiro queremos saber o seguinte: o governador vai estar no palanque do presidente Lula? Essa resposta ele ainda não nos entregou, não respondeu para nós. Precisamos ter um palanque do presidente Lula aqui", avisou o petista.
Caso não haja alinhamento com Lula, o PT pretende tomar outro rumo. "Uma resposta negativa do atual governador, nós vamos desembarcar dentro do projeto dele e com certeza montar um palanque para o presidente Lula aqui em Mato Grosso do Sul. Queremos fortalecer", revelou.
ARTICULAÇÕES PARA 2026

Agamenon citou conversas com possíveis aliados para a eleição estadual caso a coalizão com Riedel não dê frutos. "Temos um possível candidato ao governo do estado, vamos conversar logo depois do PEED com o ex-deputado federal Fábio Trad", contou.
Segundo o dirigente, nesse sentido, as articulações serão feitas com grandes personalidades políticas com projeção nacional. "Vamos ter uma conversa com a senadora Simone Tebet e outras lideranças que têm sinalizado vir para o nosso bloco de aliança. Então, queremos ter aqui o presidente Lula. O que não vai faltar para ele é apoio. Esse debate que a gente vai fazer."
Além disso, o partido já se movimenta na construção de candidatura ao Senado. "Já estamos construindo a candidatura para o Senado do atual deputado federal Vander Loubet, uma candidatura forte, um jovem deputado que tem uma atuação importante para Mato Grosso do Sul", disse. "É um deputado que mais traz emendas para que as prefeituras funcionem e para que o governo do estado também esteja recebendo obras", argumentou Agamenon.
DIALOGO COM O AGRONEGÓCIO
Apesar do perfil conservador do estado, Agamenon vê margem para crescimento da agenda do PT encabeçada pelo presidente Lula. "Existe. Vamos abrir diálogo com setores que são excluídos da política. O presidente Lula sempre foi bem votado aqui, apesar do estado ser conservador, mas queremos abrir uma grande disputa sobre um projeto para Mato Grosso do Sul."
Ele também destacou o reconhecimento do agronegócio ao governo federal. "Porque o presidente Lula, por exemplo, no campo dos conservadores, é o presidente que mais atende o agronegócio. Você pergunta para qualquer agricultor daqui, da Acrissul, se ele está descontente com o financiamento que tem recebido dos governos petistas, do governo do presidente Lula. Não existe nenhum descontente."
Segundo ele, o diferencial do PT está no equilíbrio nos atendimentos às demandas. "O que estamos fazendo é ampliar o atendimento para a agricultura familiar, para os pequenos. Os governos anteriores atendiam só os grandes proprietários de terra. Nós não. Atendemos o agronegócio e também os pequenos, os assentados. Esse é o nosso diálogo que vamos fazer com o campo."
AMPLIAÇÃO DO DIÁLOGO NAS CIDADES
Além do campo, o partido quer fortalecer seu diálogo com os gestores municipais. "Nas cidades, queremos conversar com cada prefeito. Você pode perguntar para cada prefeito como foi o atendimento dele com governos anteriores e com o governo do presidente Lula."
Ele citou um exemplo de parceria entre governo federal e estadual em infraestrutura. "O próprio governo do estado, o presidente Lula agora, através do BNDES, está fazendo um repasse de 3 bilhões de reais com financiamento para que o atual governo melhore todas as estradas em Mato Grosso do Sul. Então, o setor da sociedade mais conservador não pode reclamar do presidente Lula. Não tem como reclamar."
APOIOS INTERNOS
Sobre a disputa interna do PT, Agamenon afirmou seu apoio à candidatura de Vander Loubet. "Estamos apoiando a candidatura do deputado Vander Loubet. Não só eu, mas as principais lideranças do PT estão apoiando a candidatura dele."
Vander disputa a direção estadual contra o atual vice-presidente da legenda no estado, professor e bancário, Humberto Amaducci. "Respeitamos muito o companheiro Humberto Amaducci, que representa um setor do partido, mas com certeza o deputado [Vander Loubet] será vitorioso", declarou Agamenon.
A expectativas de Agamenon caso Vander saia vitorioso, passa por uma agenda ampla. "Esperamos que o Vander continue desenvolvendo um trabalho no sentido de atender nossa militância, construir o partido em todos os municípios de Mato Grosso do Sul, organizar a sociedade civil para defender em 2026 o nosso projeto."
Em Campo Grande, Agamenon já tem seu voto e apoio à direção municipal. "Aqui em Campo Grande, eu não sou candidato à reeleição, mas estamos apoiando a candidatura do deputado Pedro Kemp", adiantou.
Conforme o petista, Kemp representa os anseios da legenda na Capital e tem experiência. "Estamos apoiando porque ele representa um setor do partido que vem de encontro às políticas públicas que defendemos para a nossa capital. O Pedro Kemp é um companheiro experiente e preparado para o próximo período. Por isso confiamos nessas duas candidaturas", concluiu Agamenon.