18 de abril de 2024
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Agência brasileira espionou funcionários estrangeiros no país

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Bol Notícias Após a polêmica de espionagem por parte do Estados Unidos, o relatório produzido pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) mostra que o principal braço de espionagem do governo brasileiro monitorou diplomatas de três países estrangeiros em embaixadas e nas suas residências. O documento foi obtido pela Folha de S. Paulo, que divulgou as informações. Segundo a publicação, no relatório há detalhes sobre dez operações secretas em andamento entre 2003 e 2004. O relatório, elaborado pelo Departamento de Operações de Inteligência da Abin, revelou que até países dos quais o Brasil procurou se aproximar nos últimos anos, como a Rússia e o Irã, viraram alvos da Abin e ainda apontou que diplomatas russos envolvidos com negociações de equipamentos militares foram fotografados e seguidos em suas viagens. O mesmo foi feito com funcionários da embaixada do Irã, vigiados para que a Abin identificasse seus contatos no Brasil. Os agentes seguiram diplomatas iraquianos a pé e de carro para fotografá-los e registrar suas atividades na embaixada e em suas residências, conforme o relatório. O jornal A Folha de S. Paulo passou as duas últimas semanas entrevistando militares da área de inteligência, agentes, ex-funcionários e ex-dirigentes da Abin para confirmar a veracidade do conteúdo e afirma que alguns deles participaram diretamente das ações. O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, ao qual a Abin está subordinada, reconheceu que as operações foram executadas e afirmou que todas foram feitas de acordo com a legislação brasileira. O governo afirma que foram operações de contrainteligência, portanto, com o objetivo de proteger segredos de interesse do Estado brasileiro. O caso vem à tona depois de, nos últimos meses, o vazamento de documentos obtidos pelo analista americano Edward Snowden ter permitido que o mundo soubesse detalhes sobre atividades de espionagem dos EUA em vários países, inclusive no Brasil. Dilma Rousseff chegou a cancelar uma visita aos EUA após descobrir que havia sido vítima de espionagem e classificou as atividades americanas como uma violação à soberania do país. Segundo a Folha, as operações descritas no relatório da Abin têm características modestas, e nem de longe podem ser comparadas com a sofisticação da estrutura montada pela Agência de Segurança Nacional americana, a NSA, para monitorar comunicações na internet. No entanto, segundo o jornal, o documento sugere que o governo brasileiro não hesita em mobilizar seu braço de espionagem contra outros países quando identifica ameaças aos interesses brasileiros. As espionagens começaram no início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tomou posse em 2003. No primeiro ano das ações, Na operação "Miucha", a Abin acompanhou a rotina de três diplomatas russos e representantes da Rosoboronexport, a agência russa de exportação de armas. A razão para a desconfiança com os russos é que havia a suspeita de que eles estivessem espionando o Brasil. O relatório mostra também que o governo brasileiro espionou a embaixada do Iraque após a invasão do país pelos EUA, em 2003. (Com informações da Folha de S. Paulo)