19 de abril de 2024
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Alvos da PF, divulgadores de fake news descumprem justiça e mantém perfis ativos

O bloqueio de contas em redes sociais é parte do inquérito do STF que apura produção de informações falsas e ameaças à Corte

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Perfis que tiveram determinação de bloqueio exigida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, seguem ativos nesta 5ªfeira (28.maio), mais de 24 horas depois da ordem da Justiça.

O bloqueio de contas em redes sociais é parte do inquérito do STF que apura produção de informações falsas e ameaças à Corte — conhecido como "inquérito das fake news". Na quarta-feira (27), a Polícia Federal cumpriu 29 mandados de busca e apreensão no âmbito do inquérito. O ministro Moraes é relator do caso.

Foi exigido o bloqueio de 17 contas em redes como Twitter, Instagram e Facebook. Entre os alvos estão o ex-deputado federal Roberto Jefferson; o empresário Luciano Hang, dono da Havan; os blogueiros Allan dos Santos e Winston Lima (veja a lista completa abaixo). Eles são aliados do presidente Jair Bolsonaro.

Em nota, o Twitter disse que não comentaria o caso. Já o Facebook, que também é dono do Instagram, afirmou que ainda não foi notificado pela Justiça.

O G1 apurou que contas no Twitter de dois alvos estavam suspensas já nesta quarta (27). A primeira, de Reynaldo Bianchi, foi suspensa antes da ordem judicial. A outra é de Marcelo Stachin. Não é possível saber quando esta segunda conta foi suspensa. Uma conta com o nome de Stachin foi criada no mês de maio no Twitter, mas ela ainda não teve atividade na rede.

Segundo a determinação de Moraes, o bloqueio é “necessário para a interrupção dos discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”.

Moraes também determinou que seja expedido ofício para que as redes sociais preservem conteúdo e publicações dos perfis dos deputados federais Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Daniel Silveira (PSL-RJ), Filipe Barros (PSL-PR), Junio Amaral (PSL-MG), Luiz Phillipe de Orleans e Bragança (PSL-SP), e também dos deputados estaduais Douglas Garcia (PSL-SP) e Gil Diniz (PSL-SP). Eles devem ser ouvidos no inquérito em até 10 dias.

Os alvos da ordem de bloqueio são:

  • Luciano Hang (SC): empresário, dono da Havan, apoiou Bolsonaro durante a eleição de 2018 e segue aliado do presidente
  • Roberto Jefferson (RJ): ex-deputado federal preso no Mensalão. Seu partido, o PTB, declarou apoio a Bolsonaro em 2018. Nas redes, tem defendido o presidente e criticado o STF, pedindo que Bolsonaro aposente compulsoriamente os ministros
  • Allan dos Santos (DF): blogueiro, é apoiador de Bolsonaro e um dos fundadores do site "Terça Livre"
  • Sara Winter (DF): blogueira. Em uma rede social, se define como "ativista pró-vida e pró-família, analista política e conferencista internacional"
  • Winston Lima (DF): blogueiro, dono do canal no YouTube "Cafezinho com Pimenta", onde transmite diariamente as falas de Bolsonaro na saída do Palácio do Alvorada. Promove manifestações de apoio ao presidente
  • Edgard Corona (SP): empresário, dono das redes de academia SmartFit e BioRitmo (SP)
  • Edson Pires Salomão (SP): assessor parlamentar do deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP)
  • Enzo Leonardo Suzi (SP): youtuber no canal no YouTube "Enzuh" e apoiador do governo Bolsonaro
  • Marcos Bellizia (SP): um dos líderes do movimento "Nas Ruas", que foi fundado em 2011 por Carla Zambelli, hoje deputada federal. O grupo organizava manifestações populares, em geral contra a corrupção
  • Otavio Fakhoury (SP): Investidor do setor imobiliário, um dos fundadores do partido Aliança para o Brasil, que está sendo formado em torno de Bolsonaro, e colaborador do site conservador "Crítica Nacional"
  • Rafael Moreno (SP): blogueiro, ativista do Movimento Brasil Monarquista e membro da Confederação Monárquica do Brasil
  • Rodrigo Barbosa Ribeiro (SP): assessor parlamentar do deputado Douglas Garcia (PSL) e líder do "Movimento Conservador" em Araraquara
  • Paulo Gonçalves Bezerra (RJ): empresário
  • Reynaldo Bianchi Júnior (RJ): humorista, músico e palestrante
  • Bernardo Kuster (PR): em uma rede social, se define como diretor de opinião do jornal "Brasil Sem Medo". O veículo tem como presidente de seu conselho editorial Olavo de Carvalho, ideólogo do qual Bolsonaro se declarou, em 2019, um admirador
  • Eduardo Fabris Portella (PR)
  • Marcelo Stachin (MT): nas redes sociais, é defensor de Bolsonaro e com frequência se manifesta contrário ao STF

Fonte: G1