04 de maio de 2024
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EX-PRESIDENTE

Bolsonaro é indiciado por associação criminosa e peculato digital

Outros 15 comparsas também foram indiciados pela Polícia Federal

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Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal (PF) na 2ª.feira (18.mar.24), por crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos no sistema público de saúde (peculato digital).

Portanto, agora Bolsonaro sai da condiçlão de apenas investigado, pois há evidências concretas de que ele e aliados tenham cometido crimes.

Como mostramos aqui no MS Notícias, Bolsonaro virou alvo da Operação Venire, que apura a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19. Há a suspeita de que Bolsonaro tenha falsificado um certificado para simular que tivesse imunizado contra Covid-19

"O presente eixo [falsificação dos cartões] (…) pode ter sido utilizado pelo grupo para permitir que seus integrantes, após a tentativa inicial de golpe de Estado, pudessem ter à disposição os documentos necessários para cumprir eventuais requisitos legais para entrada e permanência no exterior (cartão de vacina), aguardando a conclusão dos atos relacionados a nova tentativa de Golpe de Estado que eclodiu no dia 8 de janeiro de 2023", esclarece o relatório da Polícia Federal. Leia a íntegra, abaixo.   

O registro falso de vacinação de Bolsonaro contra a Covid foi inserido nos dados oficiais do governo brasileiro em 21 de dezembro de 2022. Os aliados do ex-presidente fraudaram cartões de vacinação ao deixar o país por medo de serem barrados. Em 30 de dezembro, na véspera do fim do mandato, Bolsonaro embarcou para o exterior. Ele passou mais de três meses nos Estados Unidos. 

Bolsonaro assistiu apoiadores invadirem as sedes dos Três Poderes durante uma tentativa de golpe, que foi contida. A Polícia Federal apontou que a mesma associação criminosa envolvida na fraude nos cartões orquestrou o golpe, promovendo ataques virtuais e à higidez do processo eleitoral para pavimentar o caminho para a ruptura da democracia.  

Além de Jair Bolsonaro, a PF indiciou seus comparsas. São eles: 

  1. Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro – indiciado por associação criminosa, falsidade ideológica de documento público, inserção de dados falsos em sistema de informações;

 

  1. Gabriela Santiago Ribeiro Cid, esposa de Mauro Cid – indiciada por falsidade ideológica de documento público, uso de documento ideologicamente falso;

 

  1. Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal pelo Rio de Janeiro (MDB) – indiciado por associação criminosa, inserção de dados falsos em sistema de informações;

 

  1. Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro – indiciado por inserção de dados falsos em sistema de informações;

 

  1. Farley Vinicius Alcântara, médico – indiciado por falsidade ideológica de documento público. Teria usado dados de vacinação de uma enfermeira para fraudar o cartão de vacina de Gabriela Cid;

 

  1. Eduardo Crespo Alves, segundo-sargento do Exército – inserção de dados falsos em sistema de informações. Teria sido procurado por Cid em novembro de 2021 para auxiliar a inserir dados no sistema ConecteSUS;

 

  1. Paulo Sérgio da Costa Ferreira – indiciado por inserção de dados falsos em sistema de informações;

 

  1. Ailton Gonçalves Barros – indiciado por associação criminosa, inserção de dados falsos em sistema de informações, falsidade ideológica em documento público. Aliado de Bolsonaro, também é investigado por participar de suposto plano de golpe de Estado investigado pela PF.

 

  1. Marcelo Fernandes Holanda – indiciado por inserção de dados falsos em sistema de informações;

 

  1. Camila Paulino Alves Soares – indiciado por inserção de dados falsos em sistema de informações;

 

  1. João Carlos de Sousa Brecha – indiciado por associação criminosa, inserção de dados falsos em sistema de informações;

 

  1. Marcelo Costa Câmara – indiciado por inserção de dados falsos em sistema de informações;

 

  1. Max Guilherme Machado de Moura – indiciado por associação criminosa, inserção de dados falsos em sistema de informações, uso de documento falso;

 

  1. Sérgio Rocha Cordeiro – indiciado por associação criminosa, inserção de dados falsos em sistema de informações, uso de documento falso. Ocupa função comissionada;

 

  1. Cláudia Helena Acosta Rodrigues – indiciado por associação criminosa, inserção de dados falsos em sistema de informações; e,

 

  1. Célia Serrano da Silva – indiciado por inserção de dados falsos em sistema de informações e por associação criminosa.

PECULATO DIGITAL E ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA

O peculato digital e a associação criminosa são crimes previstos no Código Penal brasileiro. O peculato digital ocorre ao inserir dados falsos em sistemas de informações, enquanto a associação criminosa é caracterizada pela reunião de três ou mais pessoas com a intenção de cometer ilícitos, sem a necessidade de efetuar os crimes.

FALSO CERTIFICADO DE VACINAÇÃO

O relatório da Operação Venire, da PF, enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), detalha o esquema e, ao serem divulgadas, paulatinamente, ampliam a possibilidade de o esquema em investigação ser a ponta de um iceberg. Leia AQUI a íntegra do relatório da PF.  

NEGACIONISTA 

Durante a pandemia de Covid-19, Bolsonaro estimulou os brasileiros a não se vacinarem contra o vírus e atuou como uma espécie de garoto propaganda da hidroxicloroquina, um fármaco sem eficácia contra a doência, mas que foi defendido pel ex-presidente com unhas e dentes. Vale lembrar que Bolsonaro acreditava também na imunidade de rebanho. A gestão bolsonarista desastrosa empurrou 700 mil brasileiros para a morte. 

Pessoas próximas do ex-presidente diziam que havia a suspeita que ele tivesse se vacinado contra a Covid-19. Alguns falaram que 'viram o comprovante'. Isso levantou a suspeita já que o ex-mandatário afirmava que não havia recebido a dose de vacina.