27 de abril de 2024
Campo Grande 22ºC

CIRANDAS SUCESSÓRIAS

Com Marçal e Barbosinha na mesma trincheira, PSDB e PSD formam dupla improvável sucessão douradense

As soluções tucanas para juntar forças competitivas deram certo em Campo Grande e Corumbá

A- A+

    Em parcerias habilmente construídas, o PSDB vem dando passos certeiros para levar adiante o legítimo projeto de conservar e ampliar sua hegemonia na maioria das prefeituras e câmaras de vereadores de Mato Grosso do Sul. 


    Sob a consistente liderança do ex-governador Reinaldo Azambuja e do governador Eduardo Riedel, os tucanos hoje reúnem, com sobras, o maior número de lideranças próprias e aliadas para fazer as disputas nos 79 municípios. Um dado importante neste processo foi a engenharia política para garantir competitividade e densidade nos principais colégios eleitorais do Estado. 

    CAPITAL E CORUMBÁ - Em Campo Grande, a estratégia para chegar ao segundo turno com a candidatura do deputado federal Beto Pereira avançou, beneficiada pela decisão do PSB de abrir mão da disputa pela prefeitura. O partido tinha o seu próprio pré-candidato, o vereador e presidente da Câmara Municipal, Carlão Borges. Entretanto, em combinação explícita com Azambuja, o deputado estadual Paulo Duarte, presidente regional do PSB, ajeitou as coisas e pôs o partido na fila do palanque tucano.

    Em Corumbá, os tucanos ficarão com a vaga de vice. A inversão só foi possível porque atendeu PSDB e PSB. Os tucanos viram duas vantagens: instalar-se numa chapa com tamanho eleitoral suficiente para vencer a disputa sucessória, e a outra, livrar-se do efeito dos desgastes que afetam o prefeito Marcelo Iunes. Mais uma vez a solução foi pelas vias de Duarte e Azambuja, filiando o ex-vereador Dr Gabriel (líder das pesquisas) no PSB, para ser o candidato a prefeito, tendo a tucana Bia Cavassa de vice. 


 

    Iunes (PSDB) vinha irritando seus próprios correligionários e afrontando as pesquisas na tentativa de emplacar o seu secretário de Governo, Luiz Antonio Pardal. Não conseguiu e agora, sem ter outra saída, deixará o ninho. Deve juntar-se ao igualmente desgastado ex-senador Delcídio Amaral no PDR. Levará Pardal consigo para, quem sabe, fazê-lo companheiro de chapa do ex-senador.
 

    DOURADOS - Na sucessão douradense, até o início da semana a disputa tinha o desenho de uma polarização entre o prefeito Alan Guedes (Partido Progressistas) e o ex-deputado Marçal Filho, que Azambuja e o deputado estadual Zé Teixeira haviam convencido a ingressar no PSDB. O fato foi consolidado há alguns dias, com uma grande festa. 

    Curiosa e estranhamente, na terça-feira, 26, com aval de Azambuja e Riedel, o presidente do Diretório Regional do PSD, senador Nelsinho Trad, anunciou a filiação do vice-governador José Carlos Barbosinha. A ficha será assinada nesta quinta-feira, quando Nllsinho deve fazer outro anúncio, lançando a pré-candidatura de Barbosinha para prefeito de Dourados. 


 

    É uma receita arrojada e sortida com tantos ingredientes que pode dar certo ou não. Enquanto o prefeito Guedes, bolsonarista de primeira hora, teria a seu favor a concentração dos votos conservadores, Marçal e Barbosinha, pela lógica, dividiriam a preferência dos demais eleitores. Não há notícia oficial ou de fonte acreditada que indique a possibilidade de uma chapa com essa dupla, improvável para cantar no mesmo palco.