16 de maio de 2024
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CRIMES ELEITORAIS | DOURADOS (MS)

Daniela Hall critica operação da PF em sua casa: "Eu estava de roupa íntima"

Alvo da operação com nome "A Verdade Vos Libertará", vereadora é presidente do PSD de Dourados e líder do prefeito Alan Guedes

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Advogada e vereadora eleita em 2020 a Câmara de Dourados (MS), Daniela Hall (PSD), alvo da Operação “A Verdade Vos Libertará” da Polícia Federal, desencadeada nesta quinta (18.nov.21) que investiga suspeita de irregularidades na prestação de contas da campanha eleitoral de 2020 em Dourados, criticou a atuação da PF. — Eu estava de roupa íntima, eles não me permitiram trocar de roupa. Chamaram dois homens como testemunhas. Entraram seis homens estranhos na minha casa e não me deixaram sequer trocar de roupa — lamentou. 

Ela reclamou do fato de o mandado em sua casa ter sido cumprido por quatro policiais homens, sem presença de agentes mulheres.

Hall disse ter ficado revoltada com a medida, pois o seu escritório profissional também funciona em sua casa. “Meu endereço oficial no cadastro da OAB é o da minha casa”. De acordo com ele, seu advogado ficou sabendo da situação pela imprensa, sendo que a PF não avisou a OAB. 

Em coletiva, a vereadora disse estar “tranquila” e citou: "a verdade libertará". Trecho do texto bíblico que dá nome a operação do qual Hall e vereadores do Partido da Social Democracia (PSD) são alvos. Segundo ela, as contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. Ela é Presidente do Diretório Municipal do PSD.  

Hall também é líder do prefeito Alan Guedes (PP) na Câmara Municipal. Mostramos mais cedo aqui no MS Notícias que a PF investiga crimes eleitorais cometidos nas eleições de 2020. Única vereadora eleita na chapa do PSD, Daniela declarou ter gasto apenas R$ 9.933,03 para ser eleita no município, o segundo maior colégio eleitoral do Estado.

Dos 29 candidatos a vereador pelo PSD em Dourados, 14 informaram à Justiça Eleitoral que não arrecadaram nem gastaram nada na campanha eleitoral. Outros nove informaram gastos irrisórios, de R$ 14 a R$ 428. Apenas dois teriam obtido receita de R$ 3 mil a R$ 5 mil.

A PF apura a suspeita de falsidade ideológica na prestação de contas eleitorais. 

Daniela Hall, que já presidiu a Câmara, também é alvo de investigação do Ministério Público que apura desvio de R$ 1 milhão na gestão de Alan Guedes. 

A denúncia chegou a PF por meio do candidato a vereador Júnior do Nascimento Leiva (PSD), que declarou não ter gastado "1 centavo" na campanha e obteve 140 votos. Ela chamou de “mentirosa” a denúncia e disse ser "ilações típica de candidato que saiu frustrado das urnas".  

Em depoimento à promotora Cláudia Loureiro Ocáriz Almirão, ele contou que Daniela Hall orientou os candidatos a não declarar os valores disponibilizados pelo partido na campanha. Oficialmente, apesar de ser um dos maiores partidos do País, o PSD não teria repassado fundo eleitoral nem partidário para os candidatos em Dourados.

Nessa manhã em Coletiva a vereadora de segundo mandato foi incisiva. “Não houve qualquer recurso desviado e todos os gastos do Diretório Municipal foram declarados na prestação de contas eleitoral", disse.