06 de maio de 2024
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Ex-procurador de Nelsinho é advogado responsável por liminar que barrou CPI Enersul/Energisa

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Enersul/Energisa desde início tem gerado polêmica entre parlamentares, até mesmo entre os membros da Comissão.

Criada a partir de uma auditoria realizada na empresa pela PwC (PricewaterhouseCoopers), a Comissão acabou sendo “enterrada” pela justiça de Mato Grosso do Sul que concedeu uma liminar à empresa Energisa e determinou a suspensão da CPI. A decisão, claro, irritou certos deputados, porém em alguns, dizem os colegas, não provocou nenhum estranhamento.

Para entender o que pode estar acontecendo em torno da CPI Enersul/Energisa é preciso analisar o contexto político no qual ela nasceu. A auditoria feita pela PWC foi a pedido do então deputado federal Fábio Trad, ex-PMDB. Fábio é irmão do deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) e do ex-prefeito de Campo Grande Nelsinho Trad (PMDB).

Marquinhos, que foi o primeiro político do Estado a se posicionar publicamente como pré-candidato a prefeito da Capital nas eleições 2016, logo que recebeu em mãos os relatórios da PwC denunciou na Assembleia Legislativa que havia sido constatado pela empresa de auditoria um desvio de R$ 700 milhões na Enersul, o que teria causado prejuízos à população do Estado, afinal para refazer o caixa da empresa a solução mais rápida e fácil encontrada teria sido o aumento da tarifa de energia.

Pois bem, Fábio solicitou à PwC a auditoria, Marquinhos fez a denúncia, no dia 31 de março a CPI é oficialmente criada, mas no meio do caminho, quem assume a presidência da CPI é o deputado Paulo Corrêa (PR), o que irritou Marquinhos de tal forma que ele mesmo disse à reportagem do MS Notícias, no dia 2 de abril, que a escolha de Corrêa foi para garantir que as investigações fossem feitas de forma superficial. “Eles esperaram eu sair da reunião para definir os nomes. Eles disseram que se eu fosse o presidente iria muito a fundo nas investigações e poderia prejudicar a Energisa”, disse Marquinhos no dia em que foi anunciado Corrêa como presidente da Comissão.

A declaração não passou batido pelo republicano que junto com outros parlamentares acusaram Marquinhos de “inveja” e de trabalhar contra comissão já que, sem a presidência e sem relatoria, que ficou com deputado Beto Pereira (PDT), o peemedebista perdeu por completo a projeção política que uma CPI com essa magnitude traz.

Curiosamente, depois de idas e vindas, seja por força do destino, por sorte, ou articulações políticas, a CPI foi suspensa pela justiça e caso a Assembleia não tenha sucesso com recurso que deve apresentar hoje ao Tribunal, a CPI está liquidada.

Mais curioso ainda é que o advogado da Energisa que assina o pedido de liminar a favor da empresa é Ernesto Borges Neto, do escritório Ernesto Borges Advogados. Ernesto possui uma longa trajetória profissional ligada à família Trad. Durante segundo mandato do então Prefeito Nelsinho Trad, Ernesto foi Procurador Geral do Município e no dia 4 de julho de 2008 chegou a ser empossado como Prefeito por período de 6 dias em função de uma viagem de Nelsinho a Washington (EUA).

Segundo informações que circulam entre corredores do Tribunal de Justiça e da Assembleia, Ernesto teria sido peça chave, fundamental, para conseguir tão rapidamente a liminar que suspendeu a CPI da Enersul/Energisa, que, se para um lado, poderia ser desastrosa, para outros nem tanto.

 

 

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