29 de março de 2024
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Ex-secretaria e atual sócia de Amorim articulava negociações para receber propina

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A ex-secretária do empresário João Alberto Krampe Amorim, Elza Cristina Araújo dos Santos Amaral também operava negociações para recebimento de propina, segundo investigações que integram a operação Lama Asfáltica, deflagrada no dia 9 de julho pela Polícia Federal em conjunto com a Receita Federal, Controladoria-Geral da União e Ministério Público Federal. 

Conforme a PF, Elza dos Santos articulava junto à Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) a liberação de recursos para empresas do grupo que  executavam obras em Mato Grosso do Sul. Em interceptações telefônicas feitas pela PF, com autorização da Justiça Federal, a polícia constatou conversas comprometedoras entre a ex-secretaria de João Amorim e comparsas, que deixa subentendido a influência de Elza nas negociações.

Segundo as investigações, Elza passou de secretaria a sócia de João Amorim, a partir de 2007, quando integrou o corpo acionista da Proteco com 1% do capital – correspondendo a uma quantia de R$ 6 mil. Pelas investigações, tanto Elza Cristina Araújo dos Santos quanto João Amorim também respondiam  juntos pela empresa ASK Consultoria Financeira S/A, que conforme a PF foi fechada. Além disso, a ex-secretária tornou-se responsável pela empresa Arklyleius, sediada na Holanda e ainda tem cota de acionista na empresa Kamerof. Segundo informações da PF, a sócia de João Amorim trabalhou como sua secretaria por mais de cinco anos.

No dia da operação, agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão na casa da sócia do empresário localizada em um condomínio no Bairro Jardim Bela Vista. Moradores informaram aos agentes da PF que Elza não é vista na sua residência há meses. De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Federal, os envolvidos na operação Lama Asfaltica, prestarão depoimentos após análise minuciosa de uma série de documentações que foram apreendidas durante a ação.

Conforme PF, as investigações começaram em 2013 e apontaram existência de esquema de superfaturamento de obras “mediante prática de corrupção de servidores públicos e fraudes a licitações, ocasionando desvios de recursos públicos”. 

Segundo as investigações, os editais de licitações eram direcionados para que determinadas empresas fossem escolhidas. Três obras estão sendo investigadas na operação: aterro sanitário de Campo Grande – vencido pela Solurb- que tem como proprietário Alberto Krampe Amorim - a pavimentação da rodovia MS-430 (inaugurada ano passado, ela liga Rio Negro a São Gabriel do Oeste) e Avenida Lúdio Coelho, na Capital.