14 de maio de 2024
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Exclusivo: áudio implica Olarte com pedofilia e põe em dúvida lisura da Justiça de MS

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Em áudio recebido com exclusividade pelo MS Notícias, de uma conversa telefônica entre o pastor da Igreja de Gilmar Olarte, Mauro Alessandro Souza de Freitas, e Salem Pereira Vieira fala de supostos vídeos feitos por Paulo Cesar Feitosa de Lima, irmão de Ronan Feitosa, e também de uma estranha relação com uma menina de 13 anos, cuja mãe recebeu uma casa para evitar a divulgação do caso.

Salem é um dos presos durante a operação do Grupo de Apoio Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), durante investigação sobre o uso de dinheiro de agiotas e empresários para a cassação do ex-prefeito Alcides Bernal (PP).

No áudio, Salem afirma que aguarda o Gaeco ir buscá-lo para que ele indique a casa da menina. Mauro, por sua vez, responde dizendo que havia sido informado pela jornalista Bia Arraes, que fora feito um acerto com a “velha”, em alusão à responsável pela adolescente, para depois dizer. Salem concorda, mas diz que : “os caras (Gaeco) agora vão ficar de alerta na guria. Isso ai. Ele já deve ter rasgado um monte de dinheiro mesmo.”

Durante toda a conversa, os indícios são claros sobre o envolvimento do prefeito Gilmar Olarte (PP por liminar) e dos irmãos Ronan e Paulo César Feitosa, como quando falam da saída de Ronan da Prefeitura, quando Olarte assume a Prefeitura e exonera mais de 500 comissionados. Salem diz: “E o Ronan vai preso... É ele que tá f.... Para você ter uma noção, ele continua lá, mas nem na função ele está.” Nesse momento Mauro informa que ele havia sido exonerado, e Salem quer saber: “Foi exonerado por causa do vídeo?”

O envolvimento em todo o caso fica mais evidente quando eles conversam sobre a mãe dos irmãos Feitosa. “Só que a mãe do Ronan, ontem, tava falando com o PC (Paulo César Feitosa de Lima – irmão de Ronan) na minha frente. Ela ia cobrar do pastor (a forma como Gilmar Olarte é tratado) uma providência. Porque na hora ele ligou para velhinha, falou: mãe, fala pro pastor me ligar aqui, que eu tenho que passar um negócio pra ele... Ela falou: eu já aproveito e falo pra ele, porque eu quero providência sobre a situação do Ronan, porque ele que pôs o Ronan nisso”.

E continua “os dois é vagabundo. O Ronan andava de caminhonetona... o cara ganhava sete paus e tinha uma caminhonete de setenta mil, como? Já estava mal intencionado. Comprou e reformou a casa e não pagou ninguém...”

Em outro momento, os dois conversam sobre PC (Paulo César Feitosa), irmão de Ronan. Mauro questiona Salem sobre o envolvimento de PC no caso. E Salem, explica que PC, “produzia. Tinha contatos.” Em seguida Salem diz que PC é quem “estava envolvido por baixo, daquelas matérias que editava sobre o ex (ex-prefeito Alcides Bernal) que saiam em um jornal fuleiro... era ele que escrevia...e  dando uma de bonzinho... Por que você acha que o Pimentel foi procurar ele? Porque ele teria uma conversa gravada... o velho lá, o malandro. Funcionava assim o modus operandi dele: filmava, mandava pra ele, se fosse do interesse dele ele chamava (a menor) para a festinha”.

Justiça

Salem, em certo trecho da conversa revela a Mauro que ele mesmo havia filmado parte da “festa” com uma caneta-espiã. “Você foi então na festa”, pergunta Mauro, e Salem responde que sim. “Eu fui por isso que eu sei o que tô falando. Eu sei o que eu to falando. O Ronan estava me levando pra tudo que é lugar tentando me convencer a pegar dinheiro achando que eu tinha dinheiro pra dar para ele”.  

Depois, ele conta que enviou cópia dessa gravação junto com o recado que “o dinheiro não era tudo. Que a verdade ia chegar. Que ele era um pilantra e que eu não queria mais receber, que ele iria se acertar com a justiça e com a mídia (...) Por que não me desmente? Por que não me enfrenta, não fala que eu sou pilantra. Por que não diz que eu estou tentando extorquir... Com o poder que ele tem, deveria me denunciar na Policia Federal?”

O retrato do que o grupo pensa da Justiça em Mato Grosso do Sul fica claro na resposta dada por Mauro: “Justiça daqui não funciona. O cara sai pela porta da frente com R$ 100 mil. Aqui o judiciário é podre”

Segundo Salem, para evitar que a investigação não tenha resultado, “o cara (do Gaeco) está colhendo tudo, ele vai mandar tudo pra Brasília. Isso é crime político esse caso da pedofilia”, diz.