28 de março de 2024
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Famílias que ocupam terreno da prefeitura pedem por moradias

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Diana Christie

Representantes das famílias que ocupam o terreno da prefeitura localizado na rua Prímola, no Jardim das Hortências, foram à sessão comunitária realizada no bairro esta manhã para reivindicar medidas que garantam seu direito à moradia. Cristiane da Silva Martins, representante da ocupação, conta que a Comunidade Anjos da Luz conta com 100 famílias vivendo em barracos improvisados há oito meses, totalizando 295 moradores.

“Queria que os vereadores olhassem por nós. Quando está frio, passamos frio. Quanto venta, o barraco cai em cima de nossas cabeças. Não queremos nada de graça. Queremos pagar por nossas casas, mas não temos condições de pagar um aluguel de R$ 400, R$ 500. Queremos só o direito de moradia”, desabafou Cristiane.

De acordo com Cristiane, o terreno está abandonado há mais de vinte anos. Ela conta que o ex-prefeito Nelson Trad Filho (PMDB) construiu uma creche no local, mas ainda ficou muito espaço livre. “O antigo prefeito fez a creche e deixou o resto abandonado. Ficou cheio de mato”, afirma.

Ela conta ainda que esteve em reunião com o atual prefeito Alcides Bernal (PP) na sexta-feira, mas ainda não viu nenhuma ação concreta. “Ele falou que ia aos barracos fazer o cadastro dos moradores, mas até agora nada”, disse.

A história desses moradores sensibilizou diversos aos vereadores. Zeca do PT conta que acompanha essa questão de perto e foi aplaudido em seu discurso. “Estive lá num fim de tarde de chuva e vi o desespero dessas famílias”, relembrou. Segundo o vereador, 80% das pessoas que estão naquele terreno têm inscrições em programas de habitação como a Emha (Agência Municipal de Habitação) e a Agehab (Agência Estadual de Habitação Popular).

“Já estive com o Semy Ferraz (Secretário Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), com o responsável pela Emha e até agora nada de concreto. E não é culpa dessas autoridades. Um problema desse precisa da mobilização de todo o poder público”, afirma Zeca.

O presidente da Câmara, vereador Mário César (PMDB) explicou que as reclamações ouvidas na sessão foram protocoladas e que a casa irá buscar soluções para o caso de Cristiane. “Não será uma ação individual, mas sim de todos os vereadores”, declarou.