14 de maio de 2024
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EXPERIMENTOS EM HUMANOS

Médicos que delataram Prevent e Luciano Hang na CPI da Pandemia essa semana

Mãe de empresário foi usada de cobaia e profissionais eram obrigados a fraudar laudos da operadora

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Nessa semana, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia ouve a advogada Bruna Morato, representante dos médicos da Prevent Senior que realizaram denúncias contra a empresa, além do empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 

Os senadores apuram agora - após depoimento do diretor-executivo da operadora Pedro Benedito Batista Jr -, a partir do dossiê dos médicos, se a operadora Prevent Senior usou indiscriminadamente em pacientes da rede remédios sem eficácia comprovada pela ciência, como a hidroxicloroquina, segundo Agência Senado. A advogada, que depõe amanhã (28.set.2021), representa 15 médicos que trabalharam na Prevent e elaboraram o dossiê. 

Ainda, se a Prevent Senior realizou experimentos com pacientes sem autorização das famílias e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e se esses estudos teriam sido usados pelo Ministério da Saúde por meio do "gabinete paralelo”.

No resumo sobre o depoimento de Batista Jr.,  a Agência Senado destacou que o diretor chegou a admitir alteração da CID em prontuários médicos, mas negou as acusações contidas no dossiê, que classiicou de “fraudulento”. Os senadores querem agora esclarecer os detalhes do documento junto a representante dos médicos e confrontar os dados.

Em particular, o documento menciona suposta mudança nos prontuários do médico Anthony Wong e Regina Hang, mãe de Luciano Hang.

Hang deve ser ouvido na 4ª feira (29.set.2021), sendo que sua convocação não foi consenso nos bastidores do grupo majoritário da CPI. Enquanto houve posição de que a fala do empresário pouco acrescentaria, com medo de que a CPI vire mais uma vez palco de propaganda para o tratamento precoce; outro grupo de senadores apontou que seu depoimento volta a colocar em evidência o gabinete paralelo. 

Renan Calheiros (MDB-AL) fez uma avaliação neste domingo (26.set.2021), à Folha de São Paulo, de que a CPI terá, no máximo, mais duas semanas de depoimentos. "Da minha parte, tão logo tenhamos o último depoimento, apresentarei o relatório", afirmou.

Omazr Aziz (PSD-AM), que preside a comissão, acredita que o relatório final da comissão será robusto o suficiente para não ser engavetado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, próximo ao presidente Jair Bolsonaro, disse o senador, segundo Agência Folhapress.