02 de maio de 2024
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Moro filia-se ao Podemos e diz: "O Brasil não precisa de líderes que tenham voz bonita"

Ex-juiz tentou se contrapor à polarização e disse que seu projeto é forte, mas sem agressão

O ex-ministro Sérgio Moro filiou-se ao Podemos nesta 4ª feira (10.nov.2021) e se postou como pré-candidato à Presidência da República para eleições 2022. 

—  Precisamos nos unir em torno de um projeto que tenha as seguintes linhas: combater a corrupção; reduzir a pobreza; reduzir a inflação; gerar empregos; proteger a família e respeitar o próximo, o diferente — defendeau o ex-chefe da Lava Jato.  

O ex-juiz e ex-ministro da Justiça foi celebrado em evento que reuniu cerca de 400 pessoas no centro de Convenções Ulysses Guimaraes, em Brasília. 

Moro subiu ao palco  às 10h40. Antes, foi exibido um vídeo em que o ex-juiz aparece caminhando diante do Palácio do Planalto. O ingresso do ex-juiz no partido contraria declarações de Moro, que diversas vezes disse que não entraria na política.

— O Brasil não precisa de líderes que tenham voz bonita. O Brasil precisa de líderes que ouçam e atendam a voz do povo brasileiro – disse Moro, que passou por uma acompanhamento com um fonoaudiólogo para melhorar sua dicção.

A pré-candidatura de Moro à Presidência da República foi vista por participantes como alternativa de centro, de direita, ou ainda capaz de aglutinar nomes da 3ª via. O Podemos chama a entrada de Moro no partido como um “novo capítulo” na política brasileira.

— Eu sempre fui considerado um juiz firme e fiz justiça na forma da Lei. Na época, todos diziam que era impossível fazer isso, mas nós fizemos. Claro, com grande apoio da população brasileira. Juntos, eu, você, nós, mostramos que a Lei se aplica a todos.  Em 2018, recebi um convite do presidente eleito para ser ministro da Justiça. Como todo bom brasileiro, eu tinha, em 2018, esperança por dias melhores. Como todo brasileiro, eu pensava no que havíamos presenciado nos últimos anos: os grandes casos de corrupção sendo revelados dia após dia, os pixulecos, as contas na Suíça e milhões de reais ou dólares roubados — disse.

Segundo o ex-ministro, ele deixou o Bolsonaro, porque o presidente o negou ajuda para combater a corrupção. — O meu desejo era continuar atuando como ministro em favor dos brasileiros. Infelizmente não pude prosseguir no governo. Quando aceitei o cargo, não o fiz por poder ou prestígio. Eu acreditava em uma missão. Queria combater a corrupção, mas, para isso, eu precisava do apoio do governo e esse apoio me foi negado. Quando vi meu trabalho boicotado e quando foi quebrada a promessa de que o governo combateria a corrupção, sem proteger quem quer que seja, continuar como ministro seria apenas uma farsa. Nunca renunciarei aos meus princípios e ao compromisso com o povo brasileiro. Nenhum cargo vale a sua alma  — comentou.  

O ex-ministro disse também que é uma "mentira" que acabou a corrupção no país  — o que é repetido por Bolsonaro frequentemente. Para ele, o país está no rumo errado.

— Os avanços no combate à corrupção perderam a força. Foram aprovadas medidas que dificultam o trabalho da polícia, de juízes e de procuradores. É um engano dizer que acabou a corrupção quando na verdade enfraqueceram as ferramentas para combatê-la — disse.

Moro disse que esperava que o sistema político corrigisse após a Lava-Jato. Mas que, com a continuidade da corrupção, após um ano morando fora, resolveu entrar na política.

— Não podia ficar quieto, sem falar o que penso, sem pelo — menos tentar mais uma vez, com você, ajudar o país. Então resolvi fazer do jeito que me restava: entrando para a política, corrigindo isso de dentro para fora — falou.

—  Nenhuma pessoa pode ter um projeto só para si mesmo. Ninguém existe só para si mesmo. Para isso, resolvi entrar na vida política e filiar-me ao Podemos, um partido que apoia as pautas da Lava Jato. Mas esse não é o projeto somente de um partido, é um projeto de País aberto para adesão por todos os demais partidos, pela sociedade brasileira, do empresário ao trabalhador, por todo cidadão e cidadã brasileiros. É o seu projeto, que estava aí, aguardando o momento certo. Chegou a hora — continuou.

Em seu discurso, Moro tentou se contrapor à polarização e disse que seu projeto é forte, mas sem agressão. O ex-ministro ainda condenou a agressão a jornalistas e criticou as tentativas de controle da mídia, já citado pelo ex-presidente Lula.

— Nossas únicas armas serão a verdade, a ciência e a justiça. Trataremos a todos com caridade e sem malícia. Respeitaremos aqueles que gostam e aqueles que não gostam de nós. O Brasil é de todos os brasileiros e nosso caminho jamais será o da mentira, das verdades alternativas ou de fomentar divisões ou agressões de brasileiro contra brasileiro — disse.

RACHADINHA

No discurso Moro fez referência direta ao esquema de corrupção que tem o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, como um dos investigados.

— Combater a corrupção não é um projeto de vingança ou de punição. É um projeto de justiça na forma da lei. É impedir que as estruturas de poder sejam capturadas e dessa forma viabilizar as reformas necessárias para melhorar a vida das pessoas _ disse, acrescentando: _É um projeto para termos um governo de leis que age em benefício de todos e não apenas de alguns. Chega de corrupção, chega de mensalão, chega de petrolão, chega de rachadinha. Chega de querer levar vantagem em tudo e enganar a população.

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