26 de abril de 2024
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CRÍTICA

Negacionismo a Covid-19 e banquete de Bolsonaro: "Me enoja", diz Fabio Trad

No dia em que o Brasil registrou recorde de mortes por Covid-19, o presidente da República participou de banquete com clima "descontraído"

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O deputado federal Fábio Trad (PSD-MS) disse, em seu twitter, nesta 4ª-feira (3.março.21) que sente nojo do ato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de participar de almoço cujo cardápio foi um leitão, mostrando estar "alegre" e "descontraído" no dia em que o Brasil registrou recorde de mortes por Covid-19. 

O cardápio, preparado pelo deputado Fábio Ramalho (MDB-MG), teve leitão, feijão tropeiro, linguiça e carne moída com quiabo.

Trad disse à Folha de S. Paulo que so resta a "sensação de abandono" com as atitudes do presidente. "A gente necessita de alguém pra unificar o país. Ele faz justamente o contrário, desagrega e fomenta intrigas. Defende posições anticientíficas. Não dá", avaliou o parlamentar sul-mato-grossense.  

Somente hoje, foram registradas 1.726 mortos no Brasil. A terça-feira (2.março) foi o dia mais letal da pandemia, elevando o total de vítimas fatais da doença a 257.562. Em comparação, os Estados Unidos, país com mais óbitos em todo o mundo, perdeu 1.567 pessoas ontem. A média móvel de mortes em sete dias no Brasil também foi a maior, 1.274 – aliás, o sexto recorde diário em uma semana. Na comparação com os 14 dias anteriores, a média móvel teve alta 23%, o que significa que a mortalidade pela doença está crescendo. A tendência de alta está presente no Distrito Federal e em 15 estados: PR, RS, SC, DF, SP, AC, PA, TO, AL, BA, CE, MA, PB, PI, RN e SE. 

Além de dramática, essa situação reforça a posição brasileira na contramão do mundo. Enquanto a média de mortes no mundo recua cerca de 6%, no Brasil ela cresce 11%, segundo o informe epidemiológico semanal da Organização Mundial da Saúde. Mesmo nos EUA, que ainda não conseguiram reverter a tendência, a média de mortes subiu apenas 1%.