20 de abril de 2024
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Promotora que investiga Flávio Bolsonaro é madrinha de casamento da advogada do político

Bolsonarista, promotora fez campanha para eleição do pai do investigado

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O Ministério Público do Rio transferiu a promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho para uma promotoria eleitoral que cuida de investigações sobre o senador Flávio Bolsonaro. No fim de 2019, a promotora se afastou do inquérito sobre o assassinato de Marielle Franco depois que foi revelado que ela apoiou a campanha do presidente Jair Bolsonaro.

A promotora Carmen Eliza, a nova responsável por investigar o senador Flávio Bolsonaro no inquérito que apura se ele cometeu crime de falsidade ideológica eleitoral, é madrinha de casamento de Luciana Pires, advogada do filho mais velho do presidente.

A informação foi divulgada pela coluna de Guilherme Amado, da revista Época.

Nas redes sociais, diversas fotos com as duas já foram postadas. Antes de Luciana se tornar advogada de Flávio, as duas costumavam postar fotos juntas.

Carmen participou do dia da noiva de Luciana, no Copacabana Palace, e registraram o momento.

INQUÉRITO

Apura se Flávio Bolsonaro cometeu os crimes de falsidade ideológica eleitoral quando declarou seus bens na campanha para deputado estadual em 2014. A investigação começou com a denúncia de um advogado sobre os valores pagos e declarados por Flávio de um apartamento na Zona Sul do Rio.

Em agosto de 2020, o MPF decidiu que as investigações contra Flávio Bolsonaro na Justiça Eleitoral tinham que continuar. Seguindo a ordem, o Ministério Público do Rio indicou um novo promotor para o caso: Taciana Carpilovsky.

REAÇÃO

A Corregedoria-Geral do Ministério Público do Rio instaurou procedimento para analisar as postagens de Carmen. Mas, segundo o MP, o procedimento foi arquivado por não ter ficado caracterizada a atividade político-partidária.

O Ministério Público informou ainda que Carmen Eliza foi nomeada para a promotoria que acompanha o caso de Flávio Bolsonaro porque passou em um concurso interno e uma vez obedecidos os critérios objetivos, o procurador-geral não pode impedi-la de assumir.

*Com O Globo.