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07 de outubro de 2024
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PREVIDÊNCIA

Reforma da previdência desconsidera poderosos privilégios, diz Ciro Gomes

O pedetista vê flexibilidade aos rendimentos altos e punição aos mais pobres

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Em sua rápida passagem por Campo Grande na útima sexta -feira (16), o vice-presidente nacional do PDT, Ciro Gomes foi contundente ao afirmar que a reforma da previdência será extremamente penosa ao Brasil, em especial as camadas mais pobres da população brasileira.

Ciro considera necessária a reforma e diz que a colocou em sua plataforma no pleito presidencial, porém as circunstâncias eleitorais dificultaram um amplo debate sobre o tema.

"Reformar a previdência é uma necessidade. Por isso eu fui o único candidato, dos 13, que antes das eleições, defendeu uma proposta de reforma e apresentei essa proposta com números, começo, meio e fim. Infelizmente as pessoas não querem muito prestar atenção, porque a eleição marcada por ódio, antipetismo violento, paixões, essa situação da prisão do Lula, que nos introduziu ao radicalismo do Bolsonaro, acabou não permitindo que um debate reflexivo, que a gente imaginasse as coisas, mas de qualquer forma, está documentado, meus documentos todos, mostram isso", afirmou.

Gomes destaca o dilema do sistema previdenciário brasileiro.

"Nós do PDT temos autoridade para falar contra esta reforma, porque a reforma da Previdência é necessária porque o Brasil envelheceu a média da sua população muito rapidamente, como em nenhum país do mundo, por causa de uma crise renitente que estamos desde os anos 80 e o Brasil está legalizando a brutal informalidade. Então se você tem cada vez menos trabalhadores no mercado formal e cada vez menos trabalhadores jovens e cada vez mais aposentados precisando do provento. O sistema de repartição não funciona", destacou.  

Ciro afirma que o formato da atual reforma é incapaz de atender a todos, desconsiderando uns e impactando forte outros. 

"Quando ele foi montado tinha 8 trabalhadores ocupados para financiar o aposentado que não duravam mais de 60 anos, hoje temos um 1,5 trabalhador formal para financiar um aposentado com expectativa 73, essa reforma do Bolsonaro passa longe disso, não considera esse problema, e considera de forma tosca que o problema da Previdência, é só a sua despesa e, na despesa, ele desconsidera os poderosos privilégios, e vai punir 83 de cada R$ 100 de sacrifício que ela impõem, se continuar do jeito que está, vai sobre os aposentados em geral que são os mais pobres que ganham aí no máximo até R$ 2500,00 de salário. Isso significa o seguinte na prática: os militares, seadru, que é um brutal desvio de um terço das receitas da previdência para agiotagem, juros, banco, o déficit da previdência esse ano é de 50 bilhões de reais, os militares, só para dar um exemplo prático do que eu tô querendo dizer sem desrespeitar ninguém, custam 47 bilhões de reais por ano para os cofres públicos do Brasil, quando contribuíram com apenas 3. Isso não mudou nada", afirmou.

Gomes não acredita no fim da aposentadoria especial dos deputados, proposta pelo presidente Bolsonaro, a curto prazo.

"Ele anunciou, a preço de ouro, pelos comunicadores populares, propaganda, que ia acabar com a aposentadoria especial dos deputados. Isso só vai valer daqui 39 anos, porque só vai valer para o novo deputado que se eleger no próximo no próximo mandato e que completar 35 anos com 65 anos de idade, somando 4 anos, 3 anos e meio, mais 35, nós estamos chegando a 39 anos, que é onde essa história vai entrar em vigor. Portanto, não resolve o problema, o anúncio é de que nós vamos superar o desequilíbrio em 10 anos e a gente tinha chance de resolver, na minha proposta que é casada com providências tributárias, de resolver isso em 24 meses", concluiu.