A Rússia declarou na 2ª feira (23.jun.25) que está pronta para apoiar o Irã diante da intensificação do conflito envolvendo Israel e os Estados Unidos. A manifestação ocorre dois dias após a ofensiva militar norte-americana contra instalações nucleares iranianas e acirra o cenário geopolítico na região.
O anúncio foi feito pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que afirmou que o apoio russo poderá assumir diversas formas, conforme a necessidade expressa por Teerã. “A ajuda pode ser dada de formas diversas, e tudo depende do que o Irã precisa”, declarou. Segundo ele, o presidente Vladimir Putin já tratou do tema em conversas com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No mesmo dia, o chefe do Kremlin recebeu em Moscou o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araqchi. Durante o encontro, Putin classificou como “agressão não provocada” os ataques realizados pelos Estados Unidos. A ofensiva americana teve como alvo três instalações nucleares e foi conduzida com o uso de aviões e submarinos.
De acordo com o Pentágono, os ataques foram realizados em resposta a ameaças relativas ao programa nuclear iraniano. Em pronunciamento transmitido em rede nacional, Trump afirmou que o objetivo era impedir avanços nucleares e enviou um recado direto a Teerã: “Haverá paz ou haverá tragédia para o Irã”.
Como resposta, o Irã lançou mísseis contra alvos em Israel na manhã do domingo (22.jun.25), incluindo regiões próximas a Tel Aviv. Autoridades israelenses confirmaram 23 pessoas feridas, em mais um capítulo da crescente instabilidade que preocupa a comunidade internacional.
A aliança estratégica entre Rússia e Irã não é recente. Ambos mantêm cooperação ativa em áreas como segurança e defesa, com interesses comuns no equilíbrio de forças no Oriente Médio.
Com o envolvimento direto das grandes potências, o conflito regional assume contornos mais amplos. A posição russa de apoio ao Irã, ainda que cautelosa, sinaliza um reposicionamento diante das ações unilaterais dos Estados Unidos, e evidencia o risco de novas polarizações entre blocos de influência.
Diplomatas e analistas observam o cenário com apreensão, enquanto cresce a pressão por articulações multilaterais que possam conter uma escalada militar de proporções imprevisíveis. Até o momento, as tentativas de mediação enfrentam obstáculos, diante de declarações contundentes e movimentações estratégicas de ambos os lados.
Em um contexto marcado por interesses divergentes e pouca margem para concessões, o Oriente Médio volta a ocupar o centro da atenção geopolítica global — com um conflito que já não se limita às fronteiras de seus protagonistas imediatos.