25 de abril de 2024
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Vereadores rebatem Mario Cesar e afirmam não terem trocado apoio por cargos

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Os vereadores que começaram a participar da base aliada do prefeito Alcides Bernal (PP) após indicações de secretários ficaram bastante irritados com as declarações do presidente da Câmara Municipal, vereador Mario Cesar (PMDB), que se diz preocupado com essas negociações que, segundo ele, atendem a "interesses individualizados" e podem prejudicar a população campo-grandense. Mario Cesar também criticou a atuação dos secretários Dirceu Peters e Jean Saliba, indicados respectivamente para a Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande) e para a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) que não teriam apresentado nenhum projeto até o momento.

“Primeiro que o Mario Cesar, como presidente da Casa, tem que se ater como magistrado, administrar a Casa dialogando com a oposição e a situação. Segundo: na administração passada (do ex-prefeito Nelsinho Trad, PMDB) ele tinha vários cargos de direção que eram indicados e isso ele achava normal. Terceiro: cada vereador sabe do seu mandato. Minha responsabilidade está com o eleitor, não com o Mario”, criticou Paulo Pedra, responsável por indicar o arquiteto Dirceu Peters (PDT) para a diretoria da Emha.

Edson Shimabukuro (PTB) afirmou que se recusa a acreditar em declarações como esta, pois Mario Cesar lhe garantiu que deseja a paz entre legislativo e executivo. “Essa declaração muito me surpreende. Eu não estou me vendendo. Eu sempre quis espaço para colaborar com Campo Grande. Eu sou daqui, meus pais vieram imigrantes e se instalaram aqui. Acho isso até uma ofensa para quem sempre colaborou com Campo Grande. Pessoas que não me conhecem falar isso eu até tolero porque ainda vão me conhecer, mas sempre tive uma linha com os princípios da colônia japonesa e entrei na política para trabalhar com ética. Tenho muito amor pela minha terra natal e que recebeu meus pais de portas abertas. De forma alguma eu aceito essas ofensas, ele me conhece, sabe que a gente não é de se vender”.

No caso da Emha, Paulo Pedra destaca que o objetivo da indicação é acabar com o “feudo” que existia quando o ex-prefeito Nelsinho Trad administrava a Capital. Além disso, ele ressalta que a distribuição de secretarias faz parte do modo republicano de governar, usado inclusive pela presidente Dilma Rousseff (PT). Quanto ao trabalho executado pelo diretor-presidente da pasta, Dirceu Peters, o vereador garante que ambos estão satisfeitos e que faltam apenas algumas mudanças que precisam ser executadas com tempo.

Já Shimabukuro, que indicou Jean Saliba para a Agetran, ressalta as obras já em andamento pela pasta e reclama que a secretaria ainda está um pouco travada devido à centralização do prefeito Alcides Bernal, que ainda não permitiu a troca do corpo técnico da pasta. “Várias ações da Agetran já foram iniciadas. A questão do viaduto da Coca-Cola, da Avenida Mato Grosso com a Via Park. Só falta o meu corpo técnico. Vamos regularizar até o final do mês a avenida Júlio de Castilho na questão dos semáforos. A avenida Guaicurus está para ser licitada e só não está porque tem gente atrapalhando. Queremos fazer a sinalização horizontal e vertical em toda a cidade e monitoramento de todos os semáforos em Campo Grande”, ressaltou.