Na 3ª feira (05.out.2021), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia deve ouvir o sócio Raimundo Nonato Brasil, da VTCLog. Segundo apurou a Agência Senado, a empresa de logística presta serviços ao Ministério da Saúde desde 2018.
Ainda, nessa época, o ministro era o atual deputado Ricardo Barros, citado por diversas vezes e depoentes nessa CPI, quando Michel Temer era o governante em exercício. A Comissão de Inquérito apura denúncias que envolvem o Departamento de Logística da pasta e o seu ex-diretor Roberto Ferreira Dias e tem informações que o conectam com sócios da VTCLog.
Raimundo Nonato teve seus sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático quebrados ainda em agosto, a pedido do senador vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Humberto Costa (PT-PE) são os responsáveis pelo requerimento e, como lembra o senador petista, em julho passado, uma reportagem do Jornal Nacional colocou sob suspeita um aditivo contratual firmado entre a União e a empresa.
Roberto Ferreira Dias teria ignorado parecer da consultoria jurídica, apontando que o aditivo poderia se mostrar desvantajoso para a administração pública, com caracterização de sobrepreço. Na época foi recomendada a recisão de contrato e a execução ainda de uma nova licitação.
Randolfe lembrou que, a partir de 2018, a decisão de contratar a VTCLog deu-se depois que o então ministro Ricardo Barros decidiu fechar, no Rio de Janeiro, a Central Nacional de Armazenagem e Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi), que era diretamente subordinada ao governo e responsável pela logística há mais de duas décadas.
"A antiga Cenadi tinha dependências próprias sem custo, dentro do departamento de suprimento do Exército, na Zona Norte do Rio, em local próximo à Fiocruz, uma das maiores fornecedoras de insumos do Brasil. A contratação da VTCLog sofreu diversas críticas de funcionários do Ministério da Saúde", explicou.
Ainda, no primeiro dia de setembro, a CPI ouviu o motoboy da VTCLog, Ivanildo Gonçalves, que revelou fazer saques milionários, dizendo que já chegou a sacar R$ 400 mil diretamente na boca do caixa, por ordens diretas da funcionária Zenaide Sá Reis.
