Na manhã desta 2ª feira (14.out.24), a Polícia Federal, em parceria com a Receita Federal e o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MPRJ), deflagrou a Operação Postos de Midas. A investigação apura o envolvimento de um deputado estadual em um esquema de fraudes em licitações, organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro.
Mais de 60 policiais federais e servidores da Receita cumpriram 14 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais, comerciais e em quatro prédios públicos situados em Campos dos Goytacazes e na capital do Rio de Janeiro. Os mandados foram autorizados pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
O inquérito policial, liderado pela Delegacia de Polícia Federal em Campos dos Goytacazes, teve início após o compartilhamento de provas obtidas com a prisão em flagrante, no dia 30 de setembro de 2022, de um dos principais operadores do esquema, acusado de corrupção eleitoral e identificado como braço direito do parlamentar investigado.
As investigações revelaram que o esquema operava por meio de contratações diretas, utilizando-se de dispensa fraudulenta de licitação para beneficiar empresas controladas ou ligadas ao deputado. Parte dos contratos era direcionada a empresas "emprestadas" ao parlamentar, o que resultava em sobrepreço e desvio de recursos públicos.
Os valores desviados eram lavados por meio de uma rede de 18 postos de combustíveis e 12 empresas envolvidas no esquema. A operação também apura o direcionamento de licitações para garantir o controle das contratações por parte do grupo econômico do parlamentar.
O nome da operação, Postos de Midas, faz referência ao crescimento expressivo do patrimônio do investigado. Em 2016, quando concorreu ao cargo de vereador em Campos dos Goytacazes, ele declarou um patrimônio de R$ 224 mil, incluindo dois veículos, participação em um posto de gasolina e um jet ski.
No entanto, em 2022, ao disputar uma vaga na Assembleia Legislativa, seu patrimônio declarado já era de R$ 1,972 milhão. Atualmente, o deputado é dono de 18 postos de combustíveis e possui participação em 12 empresas, conforme revelado pela investigação.
A Polícia Federal e o Ministério Público seguem apurando o envolvimento do parlamentar e de outros integrantes do esquema. Se confirmadas as acusações, os envolvidos poderão responder por corrupção ativa e passiva, fraudes em licitações, peculato e lavagem de dinheiro, entre outros crimes.