26 de julho de 2024
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"DANGEROUS" E "PASCHOAL"

PF prende 16 suspeitos de contrabando de soja, milho e agrotóxicos

Organização criminosa movimentou cifra superior a R$ 3,5 bilhões nos últimos cinco anos

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Dezesseis pessoas foram presas pela Polícia Federal (PF) nesta 3ª feira (5.dez.23), durante as Operações Dangerous e Paschoal, deflagradas com objetivo de desarticular uma organização criminosa responsável por um esquema bilionário de contrabando de grãos, especialmente soja, milho, e agrotóxicos da Argentina para o Brasil através de portos clandestinos no Rio Uruguai. 

Os integrantes da organização criminosa foram presos em sua grande maioria nas seguintes cidades sulistas: Palmeira das Missões; Rodeio Bonito; Cerro Grande; Três Passos; Tiradentes do Sul; Horizontina; Crissiumal; Santo Ângelo; Condor; Tuparendi e Santana do Livramento. Além disso, foram presos alvos nas cidades de Itapema (SC), Itaí (SP), Palmas (TO) e São Luis (MA). 

A justiça ordenou o bloqueio de R$ 58 milhões em contas bancárias vinculadas a pessoas físicas e jurídicas, e bens de luxo como automóveis, imóveis e aeronaves, com valor estimado em R$ 3,6 milhões foram apreendidos. Os nomes dos presos não foram divulgados.

Carro de luxo apreendido pela PF. Foto: ReproduçãoCarro de luxo apreendido pela PF. Foto: Reprodução

INVESTIGAÇÃO 

As investigações iniciaram em 2022 e apuraram que a organização criminosa é formada por três núcleos que atuam de forma coordenada entre os detentores dos portos clandestinos, os beneficiários e revendedores das mercadorias contrabandeadas e os operadores financeiros. Através de doleiros, o grupo realizava diversas operações cambiais à margem do sistema legal para promoção de evasão de divisas com a finalidade de pagar fornecedores da mercadoria no exterior. Além disso, duas empresas utilizadas para esse fim adquiriram criptoativos no valor de 1,2 bilhões de reais.

Toda a operação criminosa é amparada pela utilização de documentação fraudada, como notas de produtores rurais lançadas para justificar o grande volume de grãos contrabandeados comercializados ou emitidas por empresas de fachada. O volume de mercadorias internalizadas, aliada aos valores empregados para evasão de divisas e lavagem de capitais permitiram à organização criminosa movimentar cifra superior a R$ 3,5 bilhões nos últimos cinco anos.

Durante o período de investigação, foram apreendidas 171 toneladas de soja, farelo de soja e milho, 11 pessoas foram presas em flagrante e caminhões, automóveis, vinhos e agrotóxicos foram apreendidos.

EFETIVO EMPREGADO 

 

O trabalho conjunto envolveu a Brigada Militar, a Receita Federal do Brasil, a Receita Estadual do Rio Grande do Sul e a Polícia Rodoviária Federal.

A operação contou com a mobilização de cerca de 200 policiais federais para cumprir 59 mandados de busca e apreensão.