05 de dezembro de 2025
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FORÇA-TAREFA

Simultâneas, 3 operações revelam lavagem de R$ 76 bilhões em combustíveis

Operações Quasar e Tank se somam a Carbono Oculto

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A Polícia Federal deflagrou nesta 5ª feira (28.ago.25), em conjunto com a Receita Federal e o Ministério Público, duas novas operações contra organizações criminosas atuantes no setor de combustíveis.

As ações, batizadas de Operação Quasar e Operação Tank (a íntegra), acontecem no mesmo contexto da Operação Carbono Oculto – do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público de São Paulo – que expôs também nessa manhã a existência de uma estrutura nacional de fraudes envolvendo adulteração de combustíveis, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

A ofensiva coordenada integra uma força-tarefa para desarticular esquemas que movimentaram, segundo estimativas oficiais, mais de R$ 76 bilhões em recursos ilícitos entre 2020 e 2024.

FRAUDE SOFISTICADA

Na Operação Quasar, o foco está em uma organização criminosa com atuação sofisticada na lavagem de dinheiro por meio de fundos de investimento e instituições financeiras.

As investigações revelaram transações simuladas entre empresas do mesmo grupo e uma complexa rede de participação cruzada entre fundos, dificultando a identificação dos verdadeiros beneficiários.

A Justiça Federal autorizou o bloqueio de R$ 1,2 bilhão em ativos financeiros e o sequestro de bens, além do afastamento de sigilos bancário e fiscal dos investigados.

ESQUEMA NO PARANÁ

Já a Operação Tank mira uma das maiores redes de lavagem de dinheiro identificadas no estado do Paraná, com ramificações em São Paulo e Rio de Janeiro.

Desde 2019, o grupo é suspeito de ter movimentado R$ 23 bilhões por meio de mais de 250 empresas, incluindo postos de combustíveis, distribuidoras, holdings e fintechs autorizadas pelo Banco Central.

Entre as práticas descobertas estão depósitos fracionados em espécie, uso de “laranjas”, fraudes contábeis e adulteração de combustíveis.

Em Curitiba, pelo menos 46 postos estariam envolvidos em fraudes como a "bomba baixa", que entrega menos combustível do que o registrado na bomba.