25 de abril de 2024
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PANDEMIA | REFLEXOS

Brasil tem o 2º pior índice mundial de morte de crianças por Covid-19

Abandono de medidas de isolamento social, como a volta às aulas, reflete no número de mortes

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Em sua segunda edição, o Documento Técnico do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), aponta que a probabilidade de mortes de crianças no Brasil por Covid-19 é maior do que na comunidade internacional. 

Sendo o segundo país com mais mortes de crianças pelo coronavírus no mundo, atrás apenas dos Perú, em termos proporcionais. De acordo com a Fiocruz, entre os fatores determinantes desta situação estão: 

“Composição demográfica da população brasileira com alto número de crianças e adolescentes; contingente de crianças com condições crônicas com controle insuficiente; desafios no acesso e qualidade do cuidado na Atenção Primária à Saúde; desafios no acesso e qualidade do cuidado pediátrico de maior complexidade, particularmente em tempos de grande pressão no sistema hospitalar, levando, inclusive, à desativação de leitos pediátricos; Aumento da vulnerabilidade social”, afirma o estudo.

NÚMEROS 

Desde o início do surto, em março de 2020, o país registrou 3.561 mortes de crianças e adolescentes de até 19 anos por covid-19. Destes, 326 eram bebês de até 1 ano de idade. 

Em 2020, foram 1.203 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Já esse ano, foram 2.293. Ainda 65 mortes foram notificadas por Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P); uma manifestação agressiva do vírus em crianças.

Também, a progressão com maior mortalidade em 2021 tem dois fatores centrais. O maior número geral de mortes no período (o Brasil é o país do mundo com mais mortes em 2021); e o abandono de medidas de isolamento social, aponta análise da Rede Brasil Atual de notícias. 

“Com maior flexibilização e circulação no decorrer da pandemia, as crianças passaram a se expor mais e, de modo recente, os adolescentes passaram a constituir o grupo contemplado com a vacinação no Programa Nacional de Imunização (PNI)”, aponta o estudo.

Vale ressaltar que, ainda que menos afetadas pela doença de forma geral, cuidados não devem ser abandonados, uma vez que a volta às aulas e o descaso do poder público com o combate ao vírus tornam este grupo especialmente frágil.