26 de abril de 2024
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AVANÇO

Diretor do Mapa vê MS como sinal para abertura de novos mercados

Luiz França faz a Tereza Cristina relato otimista sobre visita à chinesa BBCA em Maracaju

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A ministra Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, titular do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ouviu de Luiz Cláudio França, diretor de Inovação e Tecnologia da Pasta, um relato otimista e empolgado sobre a visita que fez à unidade industrial da BBCA em Maracaju na tarde de ontem (quarta-feira, 24). Ele contou que o grupo chinês demonstra confiança na afirmação das relações comerciais com o Brasil e que este sentimento é sinalizado também nos responsáveis pela política externa daquele país.

“Eu creio que depois da iniciativa vitoriosa do governo para exportar produtos lácteos, outras portas se abrirão e se ampliarão na pauta comercial que temos para acertar com a China. Um exemplo é este investimento que a BBCA faz em Mato Grosso do Sul”, afirmou França ao MS Notícias. Ele se referiu a um dos avanços do Mapa nesta gestão, com a habilitação de 24 estabelecimentos comerciais brasileiros para exportar produtos como leite em pó, queijo e leite condensado. Desde 2007 vigorava o acordo com o país asiático para a exportação de lácteos, mas o Brasil não tinha qualquer planta habilitada.

CAMISA DE MILHO

Diretor de Inovação e Tecnologia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), recebe camisa de grupo chinês. Foto: Tero Queiroz.  

Assim como aconteceu em maio passado, quando em visita à China a ministra ganhou dos anfitriões da BBCA camisetas fabricadas com fibras de milho, idênticos presentes foram dados a França e autoridades maracajuenses pelo diretor-geral da multinacional no Brasil, Hailang Huang. O presente simboliza o avanço de tecnologias direcionadas ao aproveitamento de matérias-primas para produtos alternativos dentro de uma cadeia econômica autosustentável.

Com a fábrica em Maracaju, a BBCA vai processar anualmente 1,2 milhão de toneladas de milho, para produzir inicialmente o amido e o ácido lático, dentro de uma planilha que engloba cerca de outros 20 produtos e subprodutos, entre os quais os plásticos biodegradáveis. França, que já visitou a China e conheceu experiências tecnológicas bem-sucedidas, como a substituição do plástico químico por peças biodegradáveis, disse que em outubro Tereza Cristina voltará à Ásia para dar sequência às conversas abertas este ano.

“Vamos avançar, com certeza. Precisamos e podemos abrir e ampliar os mercados que aí estão, especialmente os asiáticos. Temos agora uma nova formulação da economia, abrimos novas portas. O Mapa, assim como a Ciência e Tecnologia, a Indústria, o Meio Ambiente e os demais ministérios, trabalha confiante nessa direção”, salientou França. Entre os pontos de suporte que animam sua confiança ele inclui a rota bioceânica, que faz de Mato Grosso do Sul o melhor caminho de acesso ao Oceano Pacífico. E ainda vislumbra resultados do esforço do governo para capacitar a logística de escoamento.

Chineses e o diretor da pasta da Agricultura. Foto: Tero Queiroz.  

Nesse capítulo, destaca-se a variedade dos modais, item que reforça as vantagens de Mato Grosso Sul, conforme acentuou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Maracaju, Frederico Felini. Ele disse a França que, além da bioceânica - já com as obras estruturantes saindo do papel para execução, como a ponte sobre o Rio Paraguai entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta -, existe a perspectiva de ser retomado o projeto para a revitalização dos ramais ferroviários. Um deles, já existente, é o da antiga RFFSA, de Bauru (SP) a Corumbá, na fronteira com a Bolívia. O outro, é a construção de uma nova ferrovia, com um trecho entre Maracaju e Porto Murtinho.

Esse panorama, que a ministra Tereza Cristina conhece muito bem, está no conjunto de referenciais do Mapa e de toda equipe do governo federal que opera as conversações e medidas para garantir ao Brasil uma posição de liderança e efetiva competitividade, tanto em seu continente, no âmbito do Mercosul, como em todo contexto das relações comerciais com os demais mercados do planeta.