Folha de São Paulo
Os gastos do governo com o seguro-desemprego tiveram um salto em outubro e estão perto de estourar o orçamento autorizado no ano para o programa.
Segundo dados recém-fechados, os pagamentos do seguro somaram R$ 2,6 bilhões no mês passado, R$ 1 bilhão acima do montante de setembro.
Mesmo com o bom desempenho do mercado de trabalho, os benefícios já somam R$ 23,1 bilhões em dez meses, praticamente toda verba originalmente prevista para o ano.
No mês passado, o governo elevou as verbas destinadas ao programa de R$ 23,2 bilhões para R$ 25 bilhões _mas mesmo a nova quantia tende a ser insuficiente.
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Os resultados ajudam a entender por que o programa foi o principal alvo da reação improvisada da Fazenda à divulgação do deficit recorde nas contas do Tesouro Nacional em setembro.
Fala-se em impor mais cursos de qualificação aos trabalhadores que pedem o benefício, mas a medida é paliativa: o governo teme os efeitos políticos de endurecer as regras do programa perto do ano eleitoral.
Com apenas seis meses de trabalho com carteira assinada, o trabalhador demitido sem justa causa já tem direito ao seguro-desemprego.
Com o boa oferta de vagas, trabalhadores podem entrar em acordo com os empregadores para serem demitidos e receberem o benefício, voltando depois ao mercado formal.