18 de março de 2024
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Fotógrafo flagra gato "Puma" no Pantanal; "1ª vez em 15 anos"

Bicho é vulnerável e há pouca espécie em todo o país; haviam registrado ele, anteriormente no Parque Nacional da Serra do Bodoquena

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O fotógrafo Edir Alves, conseguiu ontem (3.ago) fazer uma única foto de um bicho que ele e os companheiros da Pantanal fazenda San Francisco vem monitorando há alguns meses. "Foi demais poder observar esta cena que para mim foi inedita em 15 anos de trabalho no Pantanal!", escreveu nesta manhã de quarta (4.ago) em post feito na sua rede social.  

É facil identificar o "Gato-mourisco" pois ele tem o corpo delgado e alongado. A cabeça é pequena e achatada, as orelhas curtas e arredondadas, as pernas curtas e a cauda muito longa. Possui coloração variando do preto ou castanho escuro ao avermelhado. Os indivíduos de coloração mais escura estão comumente associados a florestas enquanto que os mais claros são encontrados em ambientes mais secos. É classificado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) como “Menos preocupante” e pelo ICMBio-MMA “Vulnerável”.

O gato-mourisco é o segundo carnívoro com maior distribuição nas Américas, apesar disso é considerado vulnerável a extinção no Brasil. Sua ecologia é desconhecida, e há pouca informação disponível sobre espécies que poderiam atuar como seu predador. Um estudo publicado em 2018 pela Biota Neotrópica (veja a íntegra) afirma que o as onças-pardas são predadoras de gatos-mouriscos.  

O Gato-Mourisco, também é chamado de Jaguarundi. Em todo o Brasil, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), há de 5.200 a 10 mil indivíduos da espécie.

Puma yagouaroundi ocorre na América do Norte, Central e do Sul, desde o sul do Texas, nos Estados Unidos, até o sul do Brasil, Paraguai e Argentina, até a província de Buenos Aires (Emmons & Feer 1997, Oliveira 1998, Bumstead et al. 2004). Não há registros da espécie no Texas desde o ano de 1986, quando um indivíduo foi encontrado atropelado (Sunquist & Sunquist 2002). É de se esperar que também ocorra no Uruguai, já que existem exemplares da espécie coletados em municípios do Rio Grande do Sul em regiões de fronteira com aquele país, como Bagé, Quaraí e Dom Pedrito (Indrusiak & Eizirik 2003, Queirolo 2009). Não ocorre em áreas convertidas em pastagens e monoculturas extensas.

Em levantamento do ICMBio, anteriormente no Mato Grosso do Sul, o bicho havia sido constatado apenas no Parque Nacional da Serra do Bodoquena. 

Muito ariscos, os Puma yagouaroundi habitam florestas de planícies e matas, utiliza ambientes florestais primários e secundários, restingas, cerrado, manguezais e plantações de eucalipto. Se modificado para pastagem, eles se mudam.  Puma yagouaroundi forrageia no solo, mas também se desloca com agilidade nas árvores.