19 de abril de 2024
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'Quadro muito grave', avalia OAB sobre declarações de Moro

“Tudo é muito grave, a interferência na [Polícia] Federal, reconhecida por Moro, não ocorreu nem no auge da Lava-Jato"

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Após as declarações feitas pelo agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, de que houve tentativa de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, mostrou preocupação e diz que a situação é grave.

“Tudo é muito grave, a interferência na [Polícia] Federal, reconhecida por Moro, não ocorreu nem no auge da Lava-Jato. Claramente, por negar ao presidente acesso à informação de investigações que o próprio Bolsonaro tinha interesse, o diretor-geral foi substituído. Quadro muito grave, mais triste ainda que em meio à pandemia. Conversei com deputados, alguns falando em comissão de inquérito. Agora a OAB está analisando a fala do ministro Moro, até para avaliar possíveis crimes de responsabilidade”, afirmou Santa Cruz.

Em nota, o presidente da OAB disse ter pedido à Comissão de Estudos Constitucionais da OAB um estudo detalhado do pronunciamento e suas implicações jurídicas.

"É lamentável que, no dia seguinte ao país registrar mais de 400 mortos pela pandemia, estejamos todos em meio a nova crise patrocinada pelo governo", diz ainda a nota.

Íntegra

Leia abaixo a íntegra de nota divulgada pela Ordem dos Advogados do Brasil:

Foram muito graves as declarações do ministro Sergio Moro ao comunicar sua demissão, indicando possíveis crimes por parte do presidente da República. Solicitei à Comissão de Estudos Constitucionais da OAB um estudo detalhado do pronunciamento e suas implicações jurídicas. É lamentável que, no dia seguinte ao país registrar mais de 400 mortos pela pandemia, estejamos todos em meio a nova crise patrocinada pelo governo. Felipe Santa Cruz, presidente da OAB.