10 de novembro de 2025
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COXIM (MS)

MP investiga empresa por incêndio que devastou 2 mil hectares e atingiu 31 imóveis em MS

Fogo começou após caminhão com algodão pegar fogo na BR-163

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) investiga a responsabilidade de uma empresa de transporte em um incêndio que destruiu 2.318 hectares de vegetação e atingiu 31 imóveis rurais em Coxim. O fogo teve início em 22 de agosto de 2024, após um caminhão carregado de algodão pegar fogo às margens da BR-163.

O caso é apurado pela 2ª Promotoria de Justiça de Coxim por meio de um Inquérito Civil, que busca apurar eventuais responsabilidades civil, administrativa e criminal. Segundo o MP, o incêndio se alastrou rapidamente, impulsionado por ventos fortes, alcançando propriedades entre a rodovia e o rio Taquari, incluindo áreas ambientalmente protegidas.

A fiscalização realizada pela Polícia Militar Ambiental utilizou drones, imagens de satélite e dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para mapear os danos. O relatório identificou a destruição de 1.656 hectares de áreas agropastoris, 214 hectares de vegetação nativa fora de reserva legal, 352 hectares de reserva legal e 96 hectares de áreas de preservação permanente (APP).

Diante da extensão dos danos, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) multou a empresa em R$ 3,9 milhões com base na Lei de Crimes Ambientais e no Decreto Federal nº 6.514/2008.

O MPMS confirmou que a empresa foi notificada, mas não respondeu aos ofícios encaminhados. O Inquérito Civil teve o prazo prorrogado por mais 90 dias para coleta de mais informações. A promotoria também solicitou dados ao Imasul, ao Núcleo de Geoprocessamento (Nugeo) e ao Centro Integrado de Proteção e Pesquisa Ambiental (Ceippam/UCDB), que atestou os danos em 31 imóveis.

“O impacto ambiental causado por esse incêndio é gravíssimo e exige resposta firme das instituições. O MPMS está atuando para garantir que os responsáveis sejam devidamente responsabilizados e que haja reparação efetiva dos danos causados à natureza e à coletividade”, afirmou o promotor de Justiça Marcos André Sant’Ana Cardoso.