25 de abril de 2024
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Ex-editora de tabloide foi grampeada pelo próprio jornal no Reino Unido

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A ex-editora do tabloide britânico "The Sun" Rebekah Brooks, considerada uma das líderes do escândalo de escutas telefônicas ilegais, foi um dos alvos dos grampos telefônicos que teria promovido. A informação foi revelada nesta segunda-feira em sessão no tribunal de Londres responsável pelo caso. Brooks é considerada uma das principais articuladoras do esquema que coletou ilegalmente telefonemas feitos por celebridades, políticos e vítimas de crimes pelos tabloides "The Sun" e "News of the World", esse fechado após o escândalo ser descoberto, em julho de 2011.Segundo a polícia, o nome da ex-editora aparece em um dos cadernos de Glenn Mulcaire, considerado culpado por grampo telefônico para beneficiar o "News of the World". Os cadernos incluíam transcrições completas de telefonemas, gravações de chamadas e mensagens de texto, além de gravação de conversas privadas. Mais cedo, foi revelado que Mulcaire admitiu ter grampeado repetidamente os telefones da atriz Sienna Miller, enquanto o "News of the World" publicava detalhes da relação dela com o ator Jude Law. Além das ligações, o funcionário do jornal também tinha detalhes como senhas e números de telefone de Miller. Toda a informação era repassada para o então editor do jornal, Ian Edmondson, que nesta época respondia a Brooks, que era executiva da News International, grupo ao qual o tabloide era vinculado e que é controlado pelo australiano Rupert Murdoch. Segundo a acusação, Rebekah Brooks e o ex-executivo da News International Andy Coulson cuidaram de um sistema de grampos ilegais e aprovaram pagamentos ilegais a serem feitos a servidores. Brooks e Coulson negam todas as acusações. O escândalo provocou uma série de propostas para aumentar a regulação dos meios de comunicação, que causa polêmica no Reino Unido, e também abalou o primeiro-ministro David Cameron, já que Coulson era um de seus assessores de comunicação. Folhapress