29 de março de 2024
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RESPOSTA DO DESCASO

Prevent Senior manchada por manifestantes de vermelho sangue; dólares e kit covid

Levante Popular da Juventude levou estudantes em manifesto contra a operadora de saúde envolida em escândalo de mortes

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Em ato organizado pelo Levante Popular da Juventude, a fachada da operadora de saúde, Prevent Senior, foi pintada de vermelho por manifestantes na manhã desta 5ª feira (30.set.2021). 

Conforme apontou a vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), nas redes sociais, o grupo de 40 manifestantes, em frente à sede da empresa, localizada no Paraíso, na zona sul de São Paulo, exige que Prevent Senior e o Governo Bolsonaro sejam responsabilizados. Esse ato durou cerca de 15 minutos, foi embalado por gritos como "Prevent assassina" e "a Prevent mata e chama óbito de alta", informou a agência de notícias Folhapress.  

"Manchamos a sede da Prevent Senior com tinta vermelha e espalhamos os dólares de Bolsonaro para denunciar que eles lucraram com a morte de milhares de pessoas", apontou. Ainda, na calçada foi escrito "assassinos" em tinta branca.

Foto: (Guilherme Gandolfi)

Uma das manifestantes usava uma máscara com o rosto do presidente Jair Bolsonaro e uma faixa verde e amarela com a palavra "assassino". Nas mãos, um cartaz que imita a embalagem de remédio escrito "kit covid", "assassinato premeditado", "contém 30 mortes em comprimido" e "venda sob prescrição do governo genocida".
 
Logo após o ato, quando os manifestantes já tinham ido embora, quatro viaturas da Polícia Militar foram ao local a fim de investigar o ocorrido. À Folha, um dos policiais informou que a PM recebeu ligação sobre o ato e disse que seria realizada uma averiguação do local.

Como revelou a Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, a Preventé acusada de ter administrado sem consentimento medicamentos sem comprovação científica contra o coronavírus em pacientes que buscaram atendimento em suas unidades. 

Também de  adulterar o registro de casos de coronavírus atendidos na rede. Ela atendia pacientes ilustres , como o infectologista Anthony Wong e a mãe do empresário Luciano Hang, Regina Modesti, que morreram por complicações da Covid-19. Apesar disso, como parte da fraude para validar o "kit covid", esse diagnóstico não consta nos respectivos prontuários médicos e atestados de óbito.

Jornalista Diogo Mainardi veio à público acusar também a operadora de ter omitido a causa da morte de seu pai, o publicitário Enio Mainardi. Ele morreu em agosto de 2020 com diagnóstico de Covid, após tratamento em uma das unidades da empresa.

CONFIRA A NOTA DO LEVANTE NA ÍNTEGRA:

Nessa quinta (30), o Levante Popular da Juventude foi até a sede da empresa Prevent Senior, localizada na cidade de São Paulo, denunciar o sangue derramado nas mortes que poderiam ter sido evitadas, se não fosse o negacionismo e a política de morte do governo Bolsonaro.

Vivemos um dos momentos mais tristes da história de nosso país: uma pandemia que já matou mais de 600 mil brasileiras e brasileiros, aumento do desemprego, volta da fome, crescimento da violência e falta de oportunidades para a juventude. Diante desse cenário, a CPI da Covid, que investiga a condução do governo federal no combate à pandemia, teve acesso a um dossiê de médicos da empresa privada e operadora de saúde, Prevent Senior, que denuncia diversas atuações ilegais no cuidado de pacientes com Covid-19 internados nos hospitais da rede.

Segundo a denúncia na CPI, diretores executivos da empresa orientavam e pressionavam médicos para tratamento dos pacientes com medicamentos comprovadamente ineficazes, como hidroxicloroquina, ivermectina e tratamento com ozônio – que é proibido pelo conselho nacional de medicina – utilizando pacientes como cobaia sem a permissão destes ou deus seus familiares. As denúncias relatam também que os trabalhadores dos hospitais eram orientados a atuar sem equipamentos de proteção individual mesmo que estivessem contaminados pelo vírus.

Não bastasse, a empresa orientava a redução do fluxo dos respiradores de oxigênio dos pacientes em terapia intensiva, seu motivo está sintetizado nesta frase: “óbito também é alta”, que costumava ser repetida na empresa. A morte das pessoas significava apenas uma liberação de espaço em UTI para novos pacientes. Há ainda informações e provas de que a empresa manipulava o prontuário médico e o atestado de óbito de seus pacientes, não constando como causa da morte as consequências de Covid-19.

Manchamos a Prevent Senior com tinta vermelha e espalhamos os dólares de Bolsonaro para denunciar aqueles que eles lucraram com a morte de milhares de pessoas com apoio do Governo Federal, pois tinham relação direta com o gabinete paralelo, que organizou esquemas de corrupção na compra de vacinas da Covaxin e que estimula instituições que fomentam o uso do Kit Covid. A denúncia feita na CPI da covid escancara a intenção por parte do governo de reforçar Fake News sobre a eficácia desses medicamentos, trata-se de um acordo com licença entre a empresa e o governo federal. Não podemos esquecer, por exemplo, que Flávio Bolsonaro chegou a elogiar o tratamento ineficaz da Prevent em suas redes sociais, afirmando que o SUS deveria adotá-los.

Desta forma, escrachamos a Prevent Senior e o governo Bolsonaro por acreditar numa saúde que cuida e prioriza a vida do povo brasileiro, que tenha como base a ciência e que seja pública e universal. A falácia de que a privatização de serviços essenciais para o povo seria a solução é dia após dia derrubada.

Exigimos que a empresa Prevent Senior e o Governo Bolsonaro sejam responsabilizados! Viva o SUS! Fora Bolsonaro!