Mulheres agricultoras têm 52% mais risco de desenvolver câncer de mama e 200% mais chance de apresentar metástases do que aquelas que vivem em áreas urbanas. Os dados são de uma pesquisa da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), em parceria com a Universidade de Harvard (EUA), divulgada nesta semana.
Em entrevista à Rádio Brasil de Fato, a coordenadora do estudo, professora Carolina Panis, a exposição diária a agrotóxicos, muitos deles proibidos na Europa, tem relação direta com o aumento da doença e com a resistência ao tratamento. “A mulher agricultora é um elemento invisível. Ninguém fala da mulher na agricultura. Elas estão contribuindo com o trabalho rural e se contaminando”, afirmou a pesquisadora.
O levantamento acompanha cerca de 1.800 mulheres e já aponta um padrão que tende a se repetir em outras regiões agrícolas do Brasil. Além da exposição a venenos, o estudo mostra que a falta de acesso à prevenção e ao diagnóstico precoce agrava a situação. Em 2022, menos de 40% das mulheres entre 50 e 69 anos fizeram mamografia, índice muito abaixo da meta de 70% recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para o vereador Landmark Rios (PT), defensor da agricultura familiar e da agroecologia em Campo Grande, o estudo reforça algo que cuidar da terra é também cuidar das pessoas. “Essas mulheres são o coração da agricultura familiar. São elas que plantam, colhem e alimentam a cidade. Mas também são as que mais sofrem com o uso excessivo de veneno e com a falta de políticas públicas de prevenção e saúde. A agroecologia é o caminho pra mudar essa realidade, pois ela protege o meio ambiente, garante renda e salva vidas”, afirmou o parlamentar.
Landmark lembrou que o mandato tem defendido a produção agroecológica e o combate ao uso indiscriminado de agrotóxicos, aliando sustentabilidade, alimentação saudável e saúde pública. Ao longo do mandato, ele tem promovido iniciativas pioneiras em defesa da agricultura familiar e da produção sustentável, como a criação da Semana da Agroecologia de Campo Grande, espaço permanente de debate e valorização de práticas produtivas sem veneno, e a proposição do Selo da Agricultura Familiar de Campo Grande, que reconhece e incentiva produtos cultivados por pequenos produtores locais.
O vereador também é autor da Medalha “Raízes de Campo Grande”, a primeira homenagem da história da Câmara dedicada a agricultores e agricultoras familiares, e integra a Frente Parlamentar de Regularização das Hortas Urbanas e Periurbanas, que busca garantir segurança jurídica e apoio a quem produz alimentos dentro da cidade. Além disso, Landmark tem defendido a criação do Cinturão Verde, projeto que prevê o assentamento de mais de 600 famílias agricultoras no entorno da Capital, com foco em produção agroecológica e abastecimento local.
“Falar de agroecologia é falar de saúde pública, de comida limpa e de respeito às mulheres que fazem a agricultura acontecer. Campo Grande precisa investir mais em políticas que unam produção, sustentabilidade e vida digna no campo. Cada alimento livre de agrotóxico que chega à mesa é uma vitória da saúde e da consciência. A agroecologia não é só uma forma de plantar, é uma forma de viver com respeito à terra e às pessoas”, finalizou o vereador.











