A decisão judicial que suspendeu o leilão da resistência rendeu muitos comentários e debates na manhã de hoje durante a sessão da Assembleia Legislativa. O evento que previa angariar fundos para serem destinados na segurança das propriedades dos produtores rurais do Estado, foi vetado na manhã de ontem pela Juíza da 2ª Vara da Justiça Federal, Janete Lima Miguel.
Para a deputada estadual Mara Caseiro (PT do B), uma das defensoras da causa dos produtores na Casa de Leis, a decisão além de ser equivocada é um retrocesso da democracia. “Essa determinação é arbitrária, absurda e fere o direito constitucional do cidadão em se proteger e possuir uma propriedade”, disse. Ainda segundo a deputada tanto a Famasul (Federação de Agricultura e Pequária de Mato Grosso do Sul), como a Agrissul (Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul) irão tomar as devidas providências para reverter o resultado da ação.
Compartilhando o mesmo pensamento de Mara Caseiro, o deputado estadual Zé Teixeira (DEM), avalia a decisão da Juíza Janete Miguel como “infeliz e arbitrária”. De acordo com ele os fazendeiros do Estado se sentem desprotegidos e menosprezados, tendo em vista a inercia do governo em apontar uma solução para o problema. “Ontem me senti pequeno e desrespeitado e esse sentimento de menosprezo e revolta é compartilhado por todos os produtores rurais do Estado”, desabafa.
Já para o deputado estadual Pedro Kemp (PT), é preciso apostar na negociação e ambos os lados precisam ser ouvidos a fim de chegar a um consenso. “A melhor saída ao invés de ficar brigando é aguardar até o dia 15 deste mês, pois o governo pediu esse prazo para apresentar algo concreto. Até lá ambas as partes precisam dar uma trégua e aguardar um posicionamento da União”, relata.
Lídio Lopes, deputado estadual pelo PEN aproveitou a oportunidade e o acaloramento do debate e ironizou. "Essa magistrada não deve ter cerca elétrica na casa dela, talvez ela viva com o portão e a casa aberta onde qualquer um chega e entra a hora que quer".
Por fim o deputado estadual Márcio Monteiro (PSDB) afirmou que a classe dos produtores rurais vai continuar engajada na luta pela defesa dos seus direitos. “De uma maneira ou de outra a classe vai se organizar e vai pedir justiça, afinal, temos o direito constitucional de nos defender e defender nosso patrimônio, pois se um lado não se defende é muito fácil para o outro fazer o que bem entende”, finaliza.
Clayton Neves