26 de abril de 2024
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MENTIU NAS VÉSPERAS DAS ELEIÇÕES

Deputado bolsonarista é cassado pelo TSE

Mentiu que as urnas estavam fraudadas e que por isso Bolsonaro poderia não ganhar em 2018

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Fernando Destito Francischini (PSL-PR) teve o mandato de deputado cassado nesta quinta (28.out.21), após decisão dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

O deputado paranaese divulgou fake news sobre supostas fraudes que teriam ocorrido nas urnas eletrônicas e o sistema eletrônico de votação durante uma live feita no dia das eleições de 2018.  

O recurso analisado pela Corte foi proposto pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). Esta é a primeira condenação por fake news na Corte eleitoral.

Francischini lamentou a decisão e afirmou que reassumirá seu cargo de delegado enquanto recorre da cassação.

Seis ministros seguiram o voto do relator, o ministro Luís Felipe Salomão, que é corregedor da Justiça Eleirtoral e avaliou que a conduta do hoje deputado estadual atentou contra o sistema eleitoral brasleiro e levaram ao erro "milhões de eleitores". Votaram com ele os ministros Mauro Campbell Marques, Sérgio Banhos, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso. Apenas o ministro Carlos Horbach discordou da cassação. 

Francischini mentiu que em 2018 as urnas eletrônicas estavam fraudadas para impedir a eleição de Jair Bolsonaro à presidência da República. Bolsonaro, como se sabe, foi eleito com mais de 57 milhões de votos.  

Ao longo de toda a transmissão, o então candidato, que é delegado de polícia licenciado, fez diversas declarações estimulando a suspeita de fraude nas urnas eletrônicas e disse que estava protegido por "uma m.... que é a imunidade parlamentar" para fazer a denúnica.

"Agora é real, eu estou com toda a documentaçao da Justiça Eleiroral. Em primeira mão, urnas ou são adulteradas ou fraudadas, a gente tá [sic] trazendo essa denúncia gravíssima antes do final da votação", disse, num trecho.

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) absolveu Francischini por entender que não há prova de que a sua live tenha tido o alcance necessário para influenciar o resultado do pleito, mas o MPE recorreu ao TSE.