26 de abril de 2024
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‘Época da blindagem acabou’ e leitor quer punição para vereadores envolvidos na cassação de Bernal

Vai precisar de muito “convencimento” do eleitor o vereador cujo nome esteja no rol da desconfiança dos que participaram da cassação do prefeito Alcides Bernal e foram mencionados nas escutas do Gaeco.

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A enquete promovida pelo site MS Notícias entre os dias 28 de agosto e 10 de setembro apontou uma reprovação, e mais, o desejo de 94% dos leitores de que os vereadores comprovadamente envolvidos na cassação do prefeito eleito, Alcides Bernal (PP), sejam eles também cassados. Apenas 6% dos leitores discordaram da pergunta: “Na sua opinião, os vereadores envolvidos na cassação de Bernal devem ser punidos com a cassação?”

Ainda que não tenha caráter científico, a enquete não difere muito das pesquisas encomendadas por partidos políticos, e não divulgadas oficialmente nas mídias, por motivos óbvios, que aponta uma desaprovação do legislativo, de modo geral, em até 83%, perdendo em reprovação apenas, na época, para a administração do prefeito empossado pela Câmara, Gilmar Olarte (PP por liminar), que era de 92%.

Alguns consideram que a Câmara de Vereadores de Campo Grande envelheceu, e crê que o poder econômico ainda suplante o desejo de mudança. Dessa forma, não se explicaria a eleição de Alcides Bernal que concorreu, e venceu no segundo turno o candidato de André Puccinelli (PMDB) – ainda o prefeito com grau de avaliação positiva superior a 75 – Edson Giroto (PMDB e agora PR). Também não avaliaram a vitória de Reinaldo Azambuja (PSDB) sobre o candidato senador Delcídio do Amaral (PT), que até nos seis meses anteriores ao pleito apresentava, nas pesquisas, uma intenção de voto de 62%, e também o candidato e ex-prefeito da Capital, Nelson Trad Filho (PMDB).

Mantidas as devidas proporções, a reeleição de muitos dos “notáveis” vereadores corre sério risco de se concretizar. Hoje, presidentes de bairros e associações, ainda que tenham desempenha um bom trabalho, não serão bem recebidos caso se disponham a bancar a campanha política daqueles contumazes “convidados” a comparecerem para depoimentos no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).