28 de março de 2024
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Operação Coffe Break

Gaeco continua 'varredura' e convoca sócia de Amorin para explicar “cafezinho” em ligações

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O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) continua as oitivas nesta quinta-feira (24) dando sequência a investigação Coffe Break, que investiga suposto acordo financeiro entre vereadores para cassar o prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP). Nesta quinta, quem comparece é a operadora financeira do empreiteiro João Alberto Krampe Amorim dos Santos, (dono da Proteco) Elza Cristina Araújo dos Santos Amaral, que já havia sido chamada no último dia (4), porém não compareceu alegando motivos de gravidez de risco. Na condição de sócia, Elza Cristina foi interceptada em diversas escutas telefônicas durante investigação da Polícia Federal na Lama Asfáltica onde seria a responsável pelo pagamento de propina indicando o código “cafezinho”. 

Conforme a PF, Elza dos Santos articulava junto à Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) a liberação de recursos para empresas do grupo que executavam obras em Mato Grosso do Sul. Em interceptações telefônicas feitas pela PF, com autorização da Justiça Federal, a polícia constatou conversas comprometedoras entre a ex-secretaria de João Amorim e comparsas, que deixa subentendido a influência de Elza nas negociações.

“Curriculum”
Segundo as investigações, Elza passou de secretaria a sócia de João Amorim, a partir de 2007, quando integrou o corpo acionista da Proteco com 1% do capital – correspondendo a uma quantia de R$ 6 mil. Pelas investigações, tanto Elza Cristina Araújo dos Santos quanto João Amorim também respondiam juntos pela empresa ASK Consultoria Financeira S/A, que conforme a PF foi fechada. Além disso, a ex-secretária tornou-se responsável pela empresa Arklyleius, sediada na Holanda e ainda tem cota de acionista na empresa Kamerof. Segundo informações da PF, a sócia de João Amorim trabalhou como sua secretaria por mais de cinco anos.

“Varredura”
No dia da operação, agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão na casa da sócia do empresário localizada em um condomínio no Bairro Jardim Bela Vista. Moradores informaram aos agentes da PF que Elza não é vista na sua residência há meses. As investigações começaram em 2013 e apontaram existência de esquema de superfaturamento de obras “mediante prática de corrupção de servidores públicos e fraudes a licitações, ocasionando desvios de recursos públicos”. 

Segundo as investigações, os editais de licitações eram direcionados para que determinadas empresas fossem escolhidas. Três obras estão sendo investigadas na operação: aterro sanitário de Campo Grande – vencido pela Solurb- que tem como proprietário Alberto Krampe Amorim - a pavimentação da rodovia MS-430 (inaugurada ano passado, ela liga Rio Negro a São Gabriel do Oeste) e Avenida Lúdio Coelho, na Capital.