“A manifestação da feira foi uma coisa orquestrada, organizada. Causa estranheza para todos nós a vereadora Luiza Ribeiro [PPS] estar na feira, no evento, e não se apresentar no cerimonial. Estar pelas sombras, mobilizando, comandando. Esse é um processo legítimo de protesto e a gente encara isso com a maior naturalidade. Eu entendo que está faltando, hoje, na nossa cidade, um pouco mais de respeito com as autoridades. Nós só estamos fazendo trabalhar para tirar a Prefeitura da situação calamitosa em que nós assumimos. Estamos quase lá... até outubro, ou novembro (...) vai estar muito melhor a situação. (...) Todas as categorias dos servidores públicos entenderam a situação difícil que nós herdamos a Prefeitura. Não é uma situação criada pelo prefeito Gilmar Olarte. (...) Os protestos são naturais, a eles o nosso perdão. (...) Isso não vai mudar em nada o nosso foco. (...) Os professore, nos temos noventa e tantos por cento em sala de aula, todas as salas de aula funcionando”, declarou Olarte.
Este insistente otimismo do prefeito, de que a Capital vai retomar aos trilhos nos próximos meses, ainda que não tenha base lógica para isso, cai por terra a partir do momento em que, para evitar que recaiam sobre si as responsabilidades da rejeição à sua gestão, prefere atribuir a outros o insucesso de suas aparições públicas.
Ainda hoje, mesmo após ter admitido a realização de uma grande festa para comemorar os 500 dias de sua gestão, o portal da Prefeitura de Campo Grande informa, em notícia, que “Por motivos de segurança, Prefeitura suspende evento em comemoração aos 116 anos de Campo Grande”.
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Completa atribuindo os três vereadores que assinaram o requerimento pela abertura da Comissão Processante a responsabilidade pela ameaça “integridade física do funcionalismo público municipal, dos colaboradores, autoridades e demais convidados, e garantir a preservação estrutural do Clube Estoril, patrimônio social e cultural da cidade”. Talvez não tenha se dado conta de que os episódios recentes que envolveram ações de violência física partiram de sua guarda pretoriana, nominada “Guarda Municipal” e que, ainda que estivesse sob vaias da população, não houve qualquer ameaça, mesmo porque, se houvesse, os guardas municipais à paisana, pagos com os nossos impostos para proteger o patrimônio público, estavam a seu serviço.
Diz a notícia: “A decisão é fruto do clima de confronto promovido por setores da oposição irresponsável - capitaneada pelo ex-prefeito cassado Alcides Bernal e pelos vereadores Luiza Ribeiro, Paulo Pedra e Alex do PT - que têm se valido das redes sociais e de grupos no WhatsApp para convocar sua claque no objetivo de promover atos de violência durante a festa.
O prefeito Gilmar Olarte lamenta a suspensão da comemoração, mas afirma que, em sua administração, o bem comum e a paz estarão sempre em primeiro lugar.”
Talvez a Gilmar Olarte não tenha observado que as redes sociais e, em especial o aplicativo WhatsApp, venha sendo mais acionado pelo assessor número “UM” da cota pessoal do próprio prefeito, até em detrimento da superintendência de comunicação da prefeitura, para incitar manifestações que, com a participação de uma guarda mal preparada, vem transformando a ação política em caso policial.
A vereadora Luiza Ribeiro, ouvida pelo MS Notícias, afirmou que não se apresentou como “autoridade” durante o evento, até porque não estava ali na condição de “vereadora”, mas de cidadã e consumidora, com sua família, para participar do Festival.
“Eu nunca promovi nenhum entusiasmo para manifestar contra autoridade, nenhuma forma de estímulo a esse inconformismo. É natural e as pesquisas apontam a rejeição ao seu governo. Não foi apenas no Festival, mas também na reinauguração da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, a repulsa. A sociedade está consciente e repudia aos governantes que não correspondem às expectativas. Nosso objetivo, enquanto vereadora e cidadã é que o governo acerte, melhore a qualidade de vida dos cidadãos e, por conseguinte, sua aprovação”, disse a vereadora Luiza Ribeiro.