19 de maio de 2024
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Olarte afirma que vaia no Festival do Sobá foi orquestrada por poucos

Ainda que os vídeos comprovem que a maioria dos presentes ao Festival do Sobá tenham recepcionado Olarte sob vaias e gritos de “Fora!”, ele atribui a um pequeno grupo que orquestrou a manifestação.

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“A manifestação da feira foi uma coisa orquestrada, organizada. Causa estranheza para todos nós a vereadora Luiza Ribeiro [PPS] estar na feira, no evento, e não se apresentar no cerimonial. Estar pelas sombras, mobilizando, comandando. Esse é um processo legítimo de protesto e a gente encara isso com a maior naturalidade. Eu entendo que está faltando, hoje, na nossa cidade, um pouco mais de respeito com as autoridades. Nós só estamos fazendo trabalhar para tirar a Prefeitura da situação calamitosa em que nós assumimos. Estamos quase lá... até outubro, ou novembro (...) vai estar muito melhor a situação. (...) Todas as categorias dos servidores públicos entenderam a situação difícil que nós herdamos a Prefeitura. Não é uma situação criada pelo prefeito Gilmar Olarte. (...) Os protestos são naturais, a eles o nosso perdão. (...) Isso não vai mudar em nada o nosso foco. (...) Os professore, nos temos noventa e tantos por cento em sala de aula, todas as salas de aula funcionando”, declarou Olarte.

Este insistente otimismo do prefeito, de que a Capital vai retomar aos trilhos nos próximos meses, ainda que não tenha base lógica para isso, cai por terra a partir do momento em que, para evitar que recaiam sobre si as responsabilidades da rejeição à sua gestão, prefere atribuir a outros o insucesso de suas aparições públicas.

Ainda hoje, mesmo após ter admitido a realização de uma grande festa para comemorar os 500 dias de sua gestão, o portal da Prefeitura de Campo Grande informa, em notícia, que “Por motivos de segurança, Prefeitura suspende evento em comemoração aos 116 anos de Campo Grande”.

Completa atribuindo os três vereadores que assinaram o requerimento pela abertura da Comissão Processante a responsabilidade pela ameaça “integridade física do funcionalismo público municipal, dos colaboradores, autoridades e demais convidados, e garantir a preservação estrutural do Clube Estoril, patrimônio social e cultural da cidade”. Talvez não tenha se dado conta de que os episódios recentes que envolveram ações de violência física partiram  de sua guarda pretoriana, nominada “Guarda Municipal” e que, ainda que estivesse sob vaias da população, não houve qualquer ameaça, mesmo porque, se houvesse, os guardas municipais à paisana, pagos com os nossos impostos para proteger o patrimônio público, estavam a seu serviço.

Diz a notícia: “A decisão é fruto do clima de confronto promovido por setores da oposição irresponsável - capitaneada pelo ex-prefeito cassado Alcides Bernal e pelos vereadores Luiza Ribeiro, Paulo Pedra e Alex do PT - que têm se valido das redes sociais e de grupos no WhatsApp para convocar sua claque no objetivo de promover atos de violência durante a festa. 

O prefeito Gilmar Olarte lamenta a suspensão da comemoração, mas afirma que, em sua administração, o bem comum e a paz estarão sempre em primeiro lugar.”

Talvez a Gilmar Olarte não tenha observado que as redes sociais e, em especial o aplicativo WhatsApp, venha sendo mais acionado pelo assessor número “UM” da cota pessoal do próprio prefeito, até em detrimento da superintendência de comunicação da prefeitura, para incitar manifestações que, com a participação de uma guarda mal preparada, vem transformando a ação política em caso policial.

A vereadora Luiza Ribeiro, ouvida pelo MS Notícias, afirmou que não se apresentou como “autoridade” durante o evento, até porque não estava ali na condição de “vereadora”, mas de cidadã e consumidora, com sua família, para participar do Festival.

“Eu nunca promovi nenhum entusiasmo para manifestar contra autoridade, nenhuma forma de estímulo a esse inconformismo. É natural e as pesquisas apontam a rejeição ao seu governo. Não foi apenas no Festival, mas também na reinauguração da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, a repulsa. A sociedade está consciente e repudia aos governantes que não correspondem às expectativas. Nosso objetivo, enquanto vereadora e cidadã é que o governo acerte, melhore a qualidade de vida dos cidadãos e, por conseguinte, sua aprovação”, disse a vereadora Luiza Ribeiro.