Com apenas dois votos contrários – dos vereadores Mohamad Abdallah (MDB) e Haroldo Cavassa (DEM) – a Câmara Municipal de Corumbá aprovou na 2ªfeira (11.maio) um projeto de lei do prefeito Marcelo Iunes (PSDB) que efetiva 41 cargos em comissão (sem concurso).
Sob o argumento de tratar-se de medida de emergência, o projeto foi apreciado e votado às pressas e sem a presença de público - em virtude da pandemia de Covid-19, o presidente do Legislativo, Roberto Façanha (PSDB), proibiu de 4 a 31 deste mês o ingresso de pessoas que não façam parte do quadro de servidores.
Segundo Mohamad Abdallah, a medida impõe um fardo excessivo no orçamento num instante em que os poderes públicos e a sociedade precisam canalizar todos os esforços institucionais, pessoais e financeiros na prevenção ao coronavírus e também para resistir aos impactos da doença.
INCHAÇO
Pré-candidato declarado à reeleição, Marcelo Iunes inchou o quadro de pessoal de sua gestão com nomeações de aliados e futuros cabos eleitorais. O Portal da Transparência informa que a Prefeitura de Corumbá tem 623 cargos comissionados, que representam um custo mensal de R$ 2 milhões 938 mil 331,28.
Sem destacar a previsão de queda de até 30% na receita local e para convencer os vereadores que o Município suportará mais este ônus, Iunes afirma em sua mensagem à Câmara que o erário já dispõe dos recursos para bancar a gordura na folha de pagamento.
Os efetivados serão lotados em quatro fundações e duas autarquias, com 20 cargos de gerência, seis de assessor-executivo II, seis de assessor técnico-jurídico, um de assessor de comunicação institucional e oito de coordenador.
No início deste ano a imprensa já havia noticiado que Marcelo Iunes tinha batido um recorde na administração municipal mantendo 595 servidores nomeados para cargos em comissão, sem concurso.
