19 de dezembro de 2025
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CORRUPÇÃO | FRONTEIRA

Cinco policiais penais são presos em MS por montar 'La Catedral' na fronteira

Vídeos e fotos mostram fuga de dois detentos, entrada de bebidas na unidade e ainda comércio de bebidas e 'regalias'

Cinco policiais penais lotados no Presídio Ricardo Brandão, em Ponta Porã (MS), foram presos nesta quinta-feira (6.jan.22) durante a Operação ‘La Catedral’ do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO). Os acusados tiveram os nomes preservados. 

Segundo o Dracco, os servidores da Agência Estadual de Administração Penitenciária (Agepen), foram flagrados em posse de 100 caixas de cerveja, pinga, whisky, celulares e até uma cela VIP com armários e banheiro privativo. Ambientes e bebidas que ofereciam aos internos em troca de benefícios financeiros. 

Bebidas alcoólicas apreendidas em presídio de MS — Foto: Dracco/Divulgação

Entre os suspeitos de ser o cabeça do esquema criminoso está o ex-diretor do presídio.

Os investigadores dizem que os servidores acabaram dando facilidades aos presos em troca de quantias em dinheiro. Eram comercializadas regalias semelhantes às que foram oferecidas ao conhecido narcotraficante colombiano, Pablo Escobar, quando ele ficou preso em La Catedral: uma antiga penitenciária situada no município de Envigado, no departamento colombiano de Antioquia. Daí o nome da operação. 

A DRACCO diz que realizou o cumprimento de cinco mandados de prisão nesta quinta, além de cinco de busca e apreensão inclusive em residências de policiais penais e no próprio presídio.  A ação contou com o apoio de policiais dos 1º e 2º Distritos Policiais de Ponta Porã. Os servidores investigados foram afastados de suas funções e presos.

A ação foi acompanhada pela Corregedoria da Agepen, que argumentou que "já havia adotado medidas administrativas cabíveis, com afastamento dos envolvidos do trabalho na unidade penal, desde a identificação das condutas irregulares".

Os investigadores sustentam que os servidores facilitam a entrada telefones celulares, bebidas, drogas, dinheiro e até mulheres na unidade penal.

O grupo também é suspeito de facilitar as fugas de dois presos. 

Os servidores da AGEPEN são acusados de pelo menos 19 crimes entre eles: organização criminosa, concussão, corrupção passiva e corrupção ativa, entradas irregulares de celulares intramuros, tráfico de drogas, propina para troca de celas e pavilhões, vendas de remição de pena, entrada de bebidas alcoólicas e a venda dos produtos no interior do presídio, entrada e venda de carne, entrada e venda de droga, entrada e venda de celulares, o uso da mão de obra de presos em obras particulares, permissão para a instalação de celas especiais com móveis planejados, chuveiro elétrico, alimentação diferenciada e entrada de produtos sem passar pela vistoria. Os policiais penais presos nesta manhã em Ponta Porã e que não tiveram os nomes divulgados serão encaminhados para o Centro de Triagem de Campo Grande.

No primeiro, presidiários supostamente rendem uma servidora e saem pela porta da frente. A servidora não é alvo da investigação, mas responde a procedimento administrativo. Foram cumpridos também cinco mandados de busca e apreensão contra os servidores.

Em outras imagens, uma caminhonete entra carregada de bebidas na unidade penal. Um servidor abre e fecha o portão e quatro pessoas retiram a mercadoria. Tal carregamento, segundo apurado pelo Dracco, era levado a cada dois ou três meses para a unidade de segurança média de regime fechado.

De acordo com o Dracco, os policiais penais teriam:

  • Facilitado a fuga de dois presos, pela porta da frente da unidade, no dia 2 de julho de 2021;
  • Vendido bebidas alcoólicas, como uísque e pinga;
  • Cobraram para deixar detentos em celas especiais com móveis planejados, forro, banheiro com chuveiro elétrico e piso;
  • Permitiram a entrada de celulares, com propina de R$ 700 a R$ 1,3 mil, dependendo do modelo e se era 'completo': com fone e carregador;
  • Cobraram propina para manter preso no trabalho e, quando ele não tinha mais em espécie, era tirado a aliança dele de casamento;
  • Consertaram carros particulares na oficina do presídio;
  • Permitiam a entrada de drogas.

Os policiais penais passaram a ser investigados após a fuga e apreensão de bebidas pela própria Agepen, a pedido da Corregedoria do órgão. Com isso, foram verificadas as demais situações.

Os servidores presos exerciam cargos "estrategicamente relevantes" no presídio. O ex-diretor, de acordo com a polícia, é apontado como o chefe. Há ainda o que trabalhava como chefe de disciplina, de segurança e de equipe.

A investigação do Dracoo apurou que nas 'celas especiais' que os detentos pagavam para ficar, não eram permitidas revistas.

Todos os presos foram levados para o Centro de Triagem, em Campo Grande. A prisão é temporária e vale por cinco dias.

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