Uma organização criminosa que se passava por policiais federais chegou a exigir até R$ 15 milhões de traficantes e integrantes de facções em troca de falsa proteção contra investigações.
Segundo a Polícia Federal (PF), os suspeitos monitoravam os alvos e familiares, inclusive em outros estados, como Mato Grosso do Sul, para pressionar o pagamento.
A informação foi detalhada nesta 3ª feira (11.nov.25), durante a deflagração da Operação Isfet 2, que cumpriu mandados em Goiás e em Campo Grande. Os alvos não foram localizados na capital sul-mato-grossense.
De acordo com o delegado Murilo de Oliveira, responsável pela investigação, o grupo escolhia vítimas com histórico criminal e avaliava a capacidade financeira antes de oferecer “imunidade” mediante pagamento. Para aparentar legitimidade, os falsos policiais negociavam com advogados, marcavam encontros próximos à Superintendência da PF e portavam crachás, distintivos e armas, alguns falsificados.
A quadrilha mantinha vigilância constante sobre os alvos e seus familiares, inclusive em viagens, aumentando a pressão psicológica. Quase nenhuma vítima denunciava, temendo consequências legais; a investigação avançou após a denúncia de um advogado em Balneário Camboriú.
A Operação Isfet 2 cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão temporária em Goiânia, Goianira, Trindade e Campo Grande. O objetivo da Polícia Federal é identificar todos os envolvidos, desde os responsáveis pela escolha dos alvos até os que executavam as extorsões.
Na primeira fase da operação, realizada em julho, o líder da quadrilha foi preso em Timóteo (MG), e foram apreendidos documentos falsos de identificação policial.











