25 de abril de 2024
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“É uma bomba relógio a ponto de explodir” diz Rose Modesto sobre guerra entre índios e produtores

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Após a vinda do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo em Campo Grande, na última quarta-feira (2) para participar de uma reunião com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) sobre os conflitos indígenas em Mato Grosso do Sul, a vice-governadora e secretária de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast) Rose Modesto reforçou a necessidade do Governo Federal de resolver rapidamente os problemas na demarcação de terras indígenas. 

“Os conflitos indígenas sempre ocorrerem e só existe uma forma disso ser resolvido. O governo federal precisa deixar de ser omisso em relação a essa pauta. É uma discussão que deve ser feita com a União e diante de tudo que tem acontecido agora, com a vinda do ministro até aqui, essa situação está uma bomba relógio a ponto de explodir e ninguém sabe onde isso vai acabar. Mortes estão acontecendo, tragédias e ninguém sabe onde isso vai parar. Essa situação regrediu, os índios perderam as esperanças, são índios sendo colocados contra os produtores e produtores contra índios causando uma guerra sem fim, o Governo Federal precisa tomar uma atitude e ter responsabilidade nessa situação”,afirma Rose. 

Sob protesto

O ministro foi recebido sob protestos de produtores rurais que empunhavam cartazes cobrando celeridade para a solução dos conflitos pela posse de terra no Estado. Em um dos dizeres lia-se "CPI do Cimi, reintegração já!", que fazia menção à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia (CPI) para investigar denúncias o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) sobre possíveis denuncias de financiamento de invasões de propriedades em Mato Grosso do Sul pelo órgão.

Alheio às manifestações, o ministro adentrou a sala de reuniões sem a presença da imprensa para apresentar uma proposta significativa que resulte na pacificação dos dois lados que sofrem com a morosidade explicita do governo federal. “O problema preocupa a polícia de Mato Grosso do Sul, e o Brasil. Estamos em conflito em regiões de fronteira do Estado e precisamos de apoio e solução do governo federal para retornar a paz”, disse o governador Reinaldo Azambuja momentos antes de participar do encontro que foi a portas fechadas.