Na região de Corumbá, o fogo já dura ao menos duas semanas e atingiu inclusive casa de ribeirinhos e, segundo informações da Brigada Pronto Emprego Pantanal Prevfogo MS, na noite de ontem (21.set.2021) os trabalhos de combate aconteciam a 600 metros atrás da Escola Rural de Ensino Fundamental Jatobazinho.
Ameaçada pelo fogo, essa iniciativa atende a dezenas de filhos de ribeirinhos do rio Paraguai e praticamente toda a mata em seu entorno já foi destruída. Ela é mantida pelo Instituto Acaia, em regime de alternância: onde as crianças chegam de barco de suas casas, ficam na instituição de segunda a sábado, passam o fim de semana com a família e retornam no início da semana, tudo feito de forma gratuita.
Nildete Dias da Silva, do Instituto Acaia, confirmou que essa semana, os alunos não estão na escola. "Graças a Deus eles estão de folga. Foram para casa no sábado e essa era a semana de descanso. Graças, porque o fogo está bem perto", comentou ela.
Ainda, segundo informações da Brigada, na região queima o chamado fogo de turfa, um dos mais complexo tipos de incêndios florestais, de acordo com os manuais de combate. Consiste em um tipo de material orgânico que é resultado da decomposição da vegetação, acumulado no solo ele pode alcançar vários metros de profundidade.
Na manhã de hoje (22.set.2021), de acordo com o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, do Ibama, cem homens do Corpo de Bombeiros foram enviados para reforço no combate às chamas, confirmou o coordenador do Prevfogo MS, Márcio Yule.
No final da tarde de ontem (21.set) as chamas aqueceram e desloca o trabalho das forças dos bombeiros e Ibama, mas também de combatentes do Instituto do Homem Pantaneiro (IHP), além dos próprios ribeirinhos e funcionários da escola, que foram capacitados no ano passado e equipados pela ONG Ecoa, apontou material da agência Folhapress.
O Pantanal enfrenta o terceiro ano seguido de seca, agravada por fortes geadas. Com a chegada do apoio, cerca de 14 brigadistas serão remanejados para a margem oposta do rio Paraguai, para evitar que o fogo chegue à Serra do Amolar, que já sofreu com a queimada recorde de 2020.
Em Mato Grosso, várias regiões sofrem com grandes incêndios, como o município de Porto Murtinho e a terra indígena Kadiweu.
Pelo Corpo de Bombeiros, a operação Hefesto já passa de 80 dias de trabalho contínuo. Segundo informações do portal Capital do Pantanal, o serviço de monitoramento aéreo tem sido de extrema importância.
Para a localização dos focos de incêndio, sobrevoo de reconhecimento foi feito nas frentes de combate das regiões: Paraguai Mirim, Nhecolandia e Nabileque, sobrevoando o morro de Urucum com sentido ao foco de incêndio próximo a base avançada.