19 de julho de 2025
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DECASO COM QUEM SALVA VIDAS

No Samu de Sidrolândia faltam viaturas e até uniformes para servidores

Não há sequer álcool para higienização adequada dos veículos

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul abriu uma investigação para apurar as precárias condições de funcionamento do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em Sidrolândia. A 2ª Promotoria de Justiça instaurou um inquérito civil com base em denúncias que apontam falhas graves na estrutura, higiene e apoio aos profissionais da unidade de atendimento móvel.

A iniciativa do MP foi motivada por um auto de constatação elaborado após visita técnica ao local em março deste ano. O documento revela uma série de problemas que comprometem não só a saúde e segurança dos trabalhadores, mas também a qualidade do serviço oferecido à população.

Durante a diligência, foram identificados diversos pontos críticos. A sala administrativa é pequena, mal ventilada e, em dias de chuva com vento, não permite repouso adequado. O dormitório tem cama com estrutura danificada, móveis antigos e condições mínimas de conforto. No banheiro coletivo, há acúmulo de água que escorre para o corredor, o que inviabiliza o uso dos chuveiros e afeta todos os funcionários da unidade.

No pátio, apenas uma das duas ambulâncias está em operação. A outra está parada há três meses com defeitos no ar-condicionado, vidros emperrados e avarias visíveis. A ambulância ativa, segundo os relatos, não passa por lavagem externa há meses.

A situação dos equipamentos de trabalho também preocupa. Faltam itens básicos de proteção e limpeza, como álcool, água oxigenada, esfregões e baldes em bom estado. Não há local adequado para descarte de resíduos biológicos e, em alguns casos, o sangue e outros dejetos acabam escorrendo pela rua em frente à unidade. Os profissionais também relatam a ausência de uniformes reservas e local para lavar os que são usados durante os atendimentos.

Outro problema grave é a falta de alimentação. Mesmo em plantões de 24 horas, os servidores não recebem café da manhã, almoço ou jantar e precisam arcar com esses custos por conta própria.

A promotoria também solicitou informações da Prefeitura de Sidrolândia sobre capacitação dos profissionais, fornecimento de alimentação e medidas para sanar os problemas encontrados. O MP deu um prazo de dez dias úteis para que o Executivo municipal e o Hospital Elmíria Silvério Barbosa respondam com documentos, justificativas e comprovantes.

Segundo a promotora Janeli Basso, responsável pelo procedimento, as falhas comprometem direitos fundamentais e exigem apuração rigorosa.