14 de maio de 2024
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SENADO | PANDEMIA

AO VIVO: com mãe cobaia de kit covid, Hang, do "gabinete paralelo", fala na CPI

Caso da genitora de Luciano faz parte do escândalo da Prevent Senior, que fraudou laudos de óbito por Covid-19

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Luciano Hang é acusado de pertencer ao "gabinete paralelo", tão citado na Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, e depõe hoje (29.set.2021) na CPI.

O empresário bolsonarista está ligado ainda ao mais recente escândalo divulgado, que envolve a empresa de planos de saúde Prevent Senior, por acolher fraudes no óbito e, supostamente, usar sua própria mãe de cobaia de medicamentos ineficazes contra a Covid-19.

Foi em um dos hospitais próprios da Prevent, o Sancta Maggiore, em São Paulo, que a mãe do empresário, Regina Hang, de 82 anos, morreu em fevereiro deste ano, segundo o portal Brasil de Fato. Em tom de provocação, na 2ª feira (27.set.2021), o empresário publicou vídeo em tom de provocação aos senadores, usando algemas.

Ainda, segundo a Agência Senado, Hang tentou levar as algemas, mas foi parado no detector de metais. "Nós estamos acostumados com esses bobos da corte. Esse não é o primeiro e nem será o último", afirmou o relator da CPI, Renan Calheiros em resposta à imprensa na chegada ao Senado. 

FRAUDE NO LAUDO

Ainda que o prontuário indique que Regina Hang teve covid-19, a doença não consta do atestado de óbito, contrariando recomendação expressa do Conselho Federal de Medicina. Hang admite que a mãe teve covid, mas negou que essa tenha sido a causa mortis, alegando que já estava curada do coronavírus.

Renan Calheiros pondera que Luciano Hang pediu aos médicos que não revelassem que sua mãe teria feito o "tratamento precoce". Para o relator o objetivo seria não desmoralizar publicamente o uso da hidroxicloroquina e da ivermectina.

Pedro Batista Jr., da Prevent Senior, em depoimento à CPI invocou sigilo médico e negou-se a responder sobre o caso de Regina Hang. Falando em tese, o diretor da Prevent Senior admitiu que em alguns casos o hospital Sancta Maggiore retirava a classificação de covid-19 do prontuário de pacientes que deixavam de apresentar sintomas da doença, apontou a Agência Senado em relatório.

"Todos os pacientes com suspeita ou confirmados de covid (...), quando entravam no hospital, precisavam receber o B34.2, que é o CID [Classificação Internacional de Doenças] de covid, e, após 14 dias — ou 21 dias, para quem estava em UTI —, se esses pacientes já tinham passado dessa data, o CID poderia já ser modificado, porque eles não representavam mais risco para a população do hospital — alegou Batista, em explicação considerada "inacreditável" pelo relator Renan.

Suspeita-se que o objetivo da Prevent Senior era gerar uma subnotificação de óbitos pela doença, em favor do "gabinete paralelo" de Bolsonaro.