23 de abril de 2024
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Casa da Mulher Brasileira terá delegacia 24 horas e até alojamento temporário, diz ministra

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O governo do Estado assinou hoje a adesão ao Programa “Mulher: Viver sem Violência” e recebeu duas unidades móveis para melhorias e rapidez no atendimento às vítimas da violência de gênero. A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, esteve presente na solenidade e garantiu que a Casa da Mulher Brasileira será construída até o dia 15 de julho de 2014. Ela ficará localizada na Rua Teresina esquina com a rua Brasília, no bairro Jardim Imá, próximo ao Aeroporto Internacional de Campo Grande.

Dentro da unidade estarão concentrados diversos serviços como alojamento temporário de até 15 dias, brinquedoteca, atendimento psicossocial, promotoria especializada, delegacia 24 horas, juizado, defensoria, central de transporte e ações de geração de emprego e renda. De acordo com a ministra, desde que o programa começou em agosto, 18 estados já assinaram a adesão ao “Mulher: Viver sem Violência”.

O programa já investiu R$ 116 milhões em infraestrutura de um total de R$ 305 milhões. Serão usados R$ 100 milhões em campanhas educativas e R$ 4,6 milhões para a construção de cada Casa da Mulher. Os terrenos foram doados pela União. “A violência não é mais uma questão que fica de baixo do tapete porque as mulheres colocaram a boca no trombone. A minha tolerância à violência e a tolerância da presidente Dilma (Rousseff, PT) é zero”, declarou a ministra.

Segundo Eleonora Menicucci, foram investidos R$ 34 milhões na compra e adequação das unidades móveis e serão gastos R$ 10 milhões para a manutenção desses automóveis por dois anos. O programa “Mulher: Viver sem Violência” trabalhará em seis linhas de ação: a Casa da Mulher Brasileira, as unidades móveis de atendimento integrado, a ampliação do serviço de denúncias pelo telefone 180, os dois centros de fronteiras secas que serão implantados em Corumbá e em Três Lagoas, as campanhas de conscientização da população e a humanização dos serviços de atendimento à mulher.

De acordo com o diretor do programa Marcelo Pontes, já formam entregues 32 unidades móveis de um total de 54 e ao todo estão previstas a construção de 26 casas da mulher. Dos estados visitados, somente o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) não quis aderir ao programa. Numa parceria com a Caixa Econômica, serão comprados três barcos para atender as mulheres de comunidades afastadas das regiões Norte e Nordeste.

A coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres de Mato Grosso do Sul, Tai Loschi, declarou que as unidades móveis estarão presentes nos 206 assentamentos, 21 comunidades quilombolas e 75 aldeias indígenas do Estado.

A vice-governadora Simone Tebet (PMDB) afirmou que dados não oficiais apontam que uma em cada quatro mulheres sofre, já sofreu ou sofrerá abuso social, psicológico ou físico e que apenas um terço dessas mulheres denunciam as agressões. “Há muitas pedras em nosso caminho. Mas nós varremos essas pedras com flores. Precisamos de mais mulheres nas ruas e nas políticas”, finalizou.

Diana Christie