26 de abril de 2024
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Deputados apoiam leilão do pré-sal e divergem sobre investimentos

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Diana Christie e Tayná Biazus

Os deputados estaduais Eduardo Rocha (PMDB) e Amarildo Cruz (PT) defenderam hoje o leilão que decidiu o consórcio que ficará responsável pela exploração do pré-sal no Campo de Libra. “A Petrobras está no caminho correto. Ela se associou a outras empresas como a Shell que tem a melhor tecnologia pra extrair o petróleo em grandes profundidades e com menor custo”, afirmou Eduardo.

Por outro lado, Eduardo acredita que este não foi o melhor negócio que a Petrobras já fez, mas, segundo ele, com algumas alterações nas regras de exploração do pré-sal tudo se encaminha para um serviço de qualidade.

Sobre os protestos de petroleiros, que estão em greve nacional desde quinta-feira, e de ex-executivos da Petrobras, Eduardo Rocha afirmou que “todo e qualquer grande investimento, como o leilão do pré-sal, traz protestos”. Já Amarildo defendeu a liberdade de expressão, mas fez a ressalva de que a exploração é necessária. “Sou favorável a todos os protestos e a qualquer movimento social, mas a camada do pré-sal precisa ser explorada porque com isso o governo vai ser reforçado (economicamente)”, declarou.

Eduardo Rocha não concorda com a divisão dos lucros da venda do petróleo em 25% para a saúde e 75% para a educação. “Essa divisão tinha que ser 50% a 50% porque, hoje em dia, o que o país mais precisa é saúde. Todos os hospitais hoje passam por dificuldades”, afirmou. No entanto, Amarildo descorda do parlamentar. Ele defende que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde demonstrou a situação caótica da saúde no país, mas ainda assim a divisão precisa continuar da forma em que está.  “Só a educação pode transformar a sociedade”, declarou.

Ambos os parlamentares apoiam a redistribuição da lucratividade desses recursos que, a partir deste ano, irão para todo o país ao invés de contemplar apenas aqueles estados que possuíam pontos de exploração de petróleo. “O petróleo está em alto mar e em alto mar é da União, ou seja, todos os estados tem que ser contemplados”, garantiu Eduardo.

Leilão - O consórcio formado pela Petrobras, a anglo-holandesa Shell, a francesa Total, e as estatais chinesas CNPC e CNOOC venceu o leilão do campo de Libra na tarde de ontem. O grupo se dispôs a ofertar para a União 41,65% do óleo a ser produzido no local.

De acordo com informações da Uol, o campo de Libra é considerado a maior descoberta de petróleo já realizada no Brasil e pode chegar a produzir 1,4 milhão de barris por dia. Atualmente, a produção nacional chega a 2 milhões por dia. O investimento chegará a US$ 181 bilhões, em 35 anos.