26 de abril de 2024
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CORONAVÍRUS

Mandetta acerta previsão e colapso na saúde começa a ser real no Brasil

Ex-ministro ganhou confiança dos brasileiros por tratar o problema de forma muito transparente, sem esconder números

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O sul-mato-grossense, ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que tratou o combate à pandemia do novo coronavírus até a quinta-feira (16.abril, quando deixou o cargo), e ganhou o respeito e apoio de 64% dos brasileiros por tratar o problema de forma muito transparente vem acertando suas previsões sobre as possíveis evoluções da doença no país. Mandetta, falava já no mês de março sobre a possibilidade de mais que uma onda do vírus, confirmada ontem pelo novo ministro da Saúde, além de a possibilidade de colapso Sistema Único de Saúde (SUS), amplamente alarmado pelo ministro, o que irritou o presidente Jair Bolsonaro (àquela altura descrente da possibilidade do avanço da doença), e levou a demissão de Mandetta. 

O ex-ministro acertou em suas projeções feitas sobre o avanço da pandemia, que confirmam hoje (30.abril). O atual ministro da Saúde, Nelson Teich, disse ontem, quarta-feira (29.abril), que não é possível saber quando será o pico de casos do novo coronavírus no país e que a possibilidade de uma segunda onda da pandemia é real. Hoje, o Brasil alcança 5.513 mortos e 79.685 infectados confirmados com a Covid-19. 

Nos últimos dias, uma das previsões mais preocupantes feitas por Mandetta vêm tomando contornos de realidade: o colapso do sistema de saúde. De acordo com o ex-ministro, o “apagão sanitário” ocorreria no final de abril. “Claramente, em final de abril nosso sistema de saúde entra em colapso”, disse Mandetta em 20 de março, em uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro e um grupo de empresários. Em seguida, o então ministro explicou: “O que é um colapso? Você pode ter o dinheiro, o plano de saúde, mas simplesmente não há sistema para você entrar”, expressou.  

Na ocasião, a fala de Mandetta gerou desconforto no presidente, que afirmou, no dia seguinte, que o subordinado havia “exagerado”. Hoje, em 29 de abril, passados 39 dias, a explosão de casos de infecção pelo novo coronavírus (78 mil ao todo e mais de 2.600 nas últimas 24 horas) já esgotou os leitos de UTI no Rio de Janeiro, que vem mandando pacientes para hospitais no interior do estado, a mais de 150 quilômetros da capital.

Em São Paulo, a situação também começa a ficar crítica, com 85% de ocupação dos leitos de UTI em toda região metropolitana. Em três dias, o número de atendimentos a casos suspeitos de Covid-19 no sistema de saúde da capital paulista quadruplicou, passando de 812 por dia (média até 23 de abril) para 3.355 em 28 de abril.

Em Mato Grosso do Sul, o governo de Reinaldo Azambuja, por meio da Secretaria de Saúde, de Geraldo Rezende, diz estar preparado para a possibilidade de aumento expressivo nos casos. Mato Grosso do Sul está entre os estados brasileiros que menos cumpre o isolamento social, até o momento, a melhor e única forma para enfrentar o avanço do vírus, com comprovação de eficácia. 

MS contabiliza 2.413 casos notificados de Covid-19. Desses, 249 testaram positivo para a doença. 132 pessoas foram atestadas como curadas do novo coronavírus. Nove pessoas perderam a vida por causa do vírus.

*Com informações da Veja.