Alan Diógenes
Nesta segunda-feira (28) durante entrevista coletiva realizada em São Paulo, num "encontro programático" entre PSB e Rede Sustentabilidade, a ex-senadora Marina Silva , fundadora da Rede e filiada à sigla socialista declarou que, caso o candidato da coalizão vença as eleições presidenciais em 2014, os partidos farão uma "composição programática" com outras legendas.
Ela disse, ao lado do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, favorito do PSB para a disputa presidencial, que quando fala de uma aliança programática, não significa governar sozinha. “Nenhum país tem condições de ser governado sozinho. O problema é quando isso é feito fora da ideia de programa. Temos que governar em composição, mas uma composição programática", comenta Marina.
De acordo com Marina, a composição inclui uma aproximação com setores dos três maiores partidos do país : PT, PMDB e PSDB.
Marina disse ainda que a "composição programática" não resultará no loteamento de cargos a partidos aliados. "Não vai ser a distribuição de cargo pela distribuição da cargo, vai ser em cima das necessidades do cargo."
"Em cima de ideias, de propostas, a gente pode fazer uma composição programática. Isso não é erro, não é fisiologismo, é assim que as democracias maduras se comportam. É como fazem os partidos maduros na Alemanha, na Inglaterra."
O governador de Pernambuco afirmou que é preciso distinguir as indicações partidárias da participação, nos cargos públicos, de aliados com competência. Campos citou como exemplos a nomeação de Sérgio Xavier, do PV, para a Secretaria do Meio Ambiente de Pernambuco, e a aproximação com o senador Jarbas Vasconcellos (PMDB), opositor do governo federal.
"Tive 83% dos votos [nas eleições de 2010]. Então, não precisaria dialogar? Mesmo assim fui e falei com o Sérgio Xavier: quero fazer um governo melhor. E fui buscar o senador Jarbas Vasconcellos para me ajudar também", afirmou.
Em 2006, após se eleger governador pela primeira vez, Eduardo Campos nomeou dois secretários do PR, após receber apoio da sigla do deputado federal Inocêncio Oliveira. Ele também nomeou a filha do ex-deputado federal Severino Cavalcanti (PP). Questionado se houve aliança programática nestes casos, o governador respondeu que não negociou secretarias.
"Tive o apoio do PR e do PP no primeiro turno de 2006. Não negociei nenhuma secretaria com nenhum desses partidos", disse.