Os vereadores aprovaram por unanimidade o PL (Projeto de Lei) n° 399/14 que regulamenta a atividade do vendedor ambulante nos nove terminais de ônibus de Campo Grande. De autoria dos vereadores Coringa (PSD), Juliana Zorzo (PSC) e Vanderlei Cabeludo (PMDB), a votação foi acompanha pela categoria que compareceu em peso à Câmara Municipal.
“Vai beneficiar várias famílias. Pessoas que levantam uma hora da manhã para fazer café, salgado, para servir a população campo-grandense. Gente que está lutando para trabalhar”, defendeu o vereador Coringa.
De acordo com o vereador Delei Pinheiro (PSD), a iniciativa retoma um projeto criado pelo prefeito Alcides Bernal (PP) quando este foi vereador. “Estamos aqui fazendo o que ele pediu em 2009”, declarou.
Paulo Siufi (PMDB), assim como Delei, afirma ter certeza que o executivo aprovará o projeto. “Não tenho dúvida nenhuma que o prefeito Bernal vai se sensibilizar com a causa como fez com os vendedores na avenida Afonso Pena que agora trabalham regulamentados”.
Para o vereador Alex do PT, o projeto precisa se estender a outros lugares em que a categoria atua. “A cidadania tem que ser exercida e praticada. Estas pessoas são dignas. Tem que regulamentar o trabalho dos vendedores também em shows e eventos para que não sejam perseguidos pela fiscalização”.
O vereador Eduardo Romero (PT do B) ressaltou que cerca de 210 mil pessoas circulam pelos terminais todos os dias e fez acréscimos à proposta. “Por causa da falta de regulamentação eles acabam atrapalhando o trânsito das pessoas. Campo Grande tem quatro terminais para serem instalados, temos que trabalhar para que sejam projetadas áreas específicas para os senhores”, adicionou.
Por outro lado, a vereadora Luiza Ribeiro (PPS) fez algumas ressalvas ao projeto. “Tenho preocupação com uma lei que autoriza o comércio dentro do transporte público. O terminal possui um espaço pequeno. Os vendedores ambulantes não são autorizados nas rodoviárias, aeroportos”. Ainda assim, ela votou a favor do projeto.
Edson Shimabukuro (PTB) também apresentou a mesma preocupação, mas votou sim. “Não que a Luiza esteja contra o projeto. Ela está preocupada com a gestão social e técnica. Ela não quer que esse trabalhador fique na beira da rua, em qualquer lugar. Temos que continuar vigiando este projeto para que não aconteçam distorções”, defendeu.
Representantes da classe – O vendedor ambulante Edson Saucedo, 44, está há 22 anos no ramo e conta que veio lutar pelo direito de trabalhar. Mara Azambuja, 51, conta que o projeto provocará uma melhoria de vida. “Estamos brigando para deixarem a gente trabalhar tranquilo. Trabalho há 15 anos nos terminais e já tomaram várias coisas minhas”.
Diana Christie